Oposição a Bolsonaro alcança maior marca no debate público, diz FGV

Monitoramento do Twitter mostra que 80% das mensagens no domingo dos protestos era contra o governo, com convergência inédita em movimento contra o fascismo e o racismo

FGV
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Dados da Diretoria de Análise de Políticas Públicas da FGV (DAPP), com base na análise de 6,5 milhões de postagens, indicam que nas discussões relacionadas aos protestos do último domingo, a oposição alcançou a maior proporção no debate público nacional desde o início da pandemia do coronavírus.

Os setores alinhados ao atual governo somam apenas 12% dos perfis . Ou seja, 4 a cada 5 usuários das mídias digitais posiciona-se no campo da oposição, que soma mais de 80% do volume total de menções.

O que antes era um grande movimento de oposição à postura de Bolsonaro diante da pandemia, vai se transformando em um movimento antifascista e, com os acontecimentos nos EUA, anti-racista.

A entrada no debate de influenciadores com grande alcance e historicamente não-alinhados a nenhum polo político, contribuiu sobremaneira para este processo. E o bolsonarismo segue bastante isolado. Não deixa de ser um sopro de esperança em tempos tão difíceis.

Segundo o DAPP, houve uma convergência inédita entre os críticos de Bolsonaro, superior à saída de Luiz Henrique Mandetta ou de Sergio Moro. É a primeira vez desde o início da pandemia do novo coronavírus, o campo de oposição ao governo ultrapassou 80% dos perfis engajados no debate.