Oposição entra com representação exigindo a saída de Alexandre de Moraes do Ministério da Justiça

O governador Geraldo Alckmin durante a apresentação do novo secretário de segurança pública, Alexandre de Moraes. Data: 17/12/2014. Local: São Paulo/SP. Foto: Edson Lopes Jr/A2 FOTOGRAFIA
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Senadores da oposição classificaram como um crime o fato de o ministro da Justiça ter antecipado, em um evento político, uma nova operação da Lava Jato, uma vez que a ação da Polícia Federal deveria ser independente do ministério e que trata-se de um tipo de informação que não se vaza neste contexto Por Redação Parlamentares que compõe a oposição ao governo de Michel Temer anunciaram nesta segunda-feira (26) que vão entrar com duas representações contra o atual ministro da Justiça, Alexandre de Moraes (PSDB), por ele ter antecipado uma nova operação da Lava Jato neste domingo (26). Uma das representações será encaminhada a Comissão de Ética da Presidência da República e a outra na Procuradoria da República por "por violação de sigilo funcional". "O que não se pode é um ministro da Justiça praticar os crimes que praticou. Saber a informação e divulgá-la num evento político. Isso é muito grave. Nós vemos uma carga de politização muito forte nessas investigações", disse a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), em entrevista. O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) disse que mesmo que Alexandre de Moraes tenha sido informado, "ele teria a obrigação de manter sigilo". "Primeiro, não era para ele ter acesso a essas informações, o ministro José Eduardo Cardozo, só sabia das operações quando elas eram deflagradas. Segundo, se por algum motivo de questão operacional ele foi informado e o fato é que ele foi informado, ele tinha a obrigação de manter em sigilo", disse. Durante uma conversa com a população neste domingo (25), o atual ministro foi questionado sobre a continuidade da Lava Jato. Em resposta, Moraes disse que “quando vocês virem essa semana vocês vão lembrar de mim”. “Pode ficar sossegado, apoio total a Lava Jato. Tanto que falam falam e você vê, quinta teve uma, sexta teve outra, essa semana vai ter mais, podem ficar tranquilos. Vocês vão ver nessa semana, quando vocês virem essa semana vocês vão lembrar de mim”, disse Alexandre de Moraes. A declaração do ministro foi feita exatamente um dia antes da força-tarefa da Operação Lava Jato realizar mais uma fase da operação e prender temporariamente o ex-prefeito de Ribeirão Preto e ex-ministro de Lula, Antônio Palocci (PT).