Oposição venezuelana prepara golpe institucional, diz professor da USP

Para Oswaldo Coggiola, grupos opositores se aproveitam da doença de Hugo Chávez para impedir continuidade do atual projeto de país

Coggiola acredita que oposição venezuelana está preparando um golpe institucional (Foto: www.fflch.usp.br)
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Para Oswaldo Coggiola, grupos opositores se aproveitam da doença de Hugo Chávez para impedir continuidade do atual projeto de país
 Por Redação da Rede Brasil Atual 
[caption id="attachment_20458" align="alignleft" width="300"] Coggiola acredita que oposição venezuelana está preparando um golpe institucional (Foto: www.fflch.usp.br)[/caption]

A oposição venezuelana está aproveitando a doença para tentar formular uma espécie de golpe constitucional. A opinião é de Oswaldo Coggiola, professor de História Contemporânea da Universidade de São Paulo (USP).

A situação vivida na Venezuela é de fragilidade, segundo ele. A Procuradora-Geral da Venezuela, Cilia Flores, garantiu que o artigo 231 da Constituição do país prevê o adiamento da posse do candidato eleito ou reeleito no caso de imprevistos, como definiu a doença de Hugo Chávez, ratificando assim a interpretação dos chavistas à Constituição. A oposição venezuelana, entretanto, critica essa interpretação e exige nova eleição presidencial caso Chávez não compareça à cerimônia de posse em Caracas no dia 10 de janeiro.

Para ele, a coalizão chavista é bastante frágil, enquanto a oposição aparece, neste momento político atual, mais coesa. “Porém essa coesão não deve enganar, porque ela se aplica somente em um tema: contra Chávez. São grupos que estão alinhados contra o presidente, mas fora isso são extremamente divergentes entre si”, disse à Rádio Brasil Atual.

Coggiola ressalta que se houver um impedimento definitivo de Chávez assumir e sejam convocadas novas eleições, a aposta da oposição é justamente a diluição da coalizão chavista.

Em relação aos conselhos comunais, que afirmaram que continuariam o processo de transformação social que o país vive mesmo sem o presidente, o professor lembra que estes são extremamente dependentes do apoio institucional, e por isso devem mudar sua forma de funcionamento e atuação, ainda que continuem existindo. “Todas as medidas implementadas por Chávez de cunho social, assim como os comitês populares, são extremamente dependentes do apoio institucional, do apoio do Estado. Sem o apoio do Estado é muito difícil que isso tudo continue nas condições atuais.”

O que ocorre na Venezuela com Chávez, segundo ele, é parecido com que o que ocorreu com o câncer do ex-presidente Lula. “Em ambas as situações as doenças desses líderes se transformam em fatores políticos de primeira magnitude, o que indica extrema fragilidade da situação política desses países.”

Ouça a entrevista de Owaldo Coggiola à repórter Marilu Cabanãs, da Rádio Brasil Atual:

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