O presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (DEM-MG) minimizou a agressiva e ameaçadora nota oficial assinada pelo ministro da Defesa, general Braga Netto, e pelos comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutico, emitida na semana passada, na qual diziam que “não aceitarão ataques levianos” às suas instituições.
O texto foi divulgado como uma reação (desproporcional) à fala do senador Omar Aziz (PSD-AM), presidente da CPI do Genocídio, que mencionou um ‘lado podre’ na ala militar que ocupa grande parte do governo de Jair Bolsonaro.
A afirmação foi feita no auge das denúncias de corrupção no escândalo Covaxin, quando membros do Ministério da Saúde, muitos deles militares de carreira, aceitaram realizar negociações ilegais para a aquisição de um imunizante indiano, que seria comprado por valores superfaturados.
“Eu considero que houve uma resposta das Forças Armadas àquilo que interpretaram como uma ofensa, quando na verdade não se tratava de uma ofensa. Considerei que houve uma premissa equivocada por parte dos signatários”, relativizou Pacheco, numa entrevista concedida ao jornal Folha de S. Paulo, na manhã desta sexta-feira (16).
De acordo com analistas políticos, o nome de Rodrigo Pacheco vem sendo seriamente ventilado como uma alternativa à eleição presidencial do próximo ano. Ele seria a aposta do chamado “Partido Militar”, o conluio de generais, da ativa e da reserva, que pretende continuar exercendo influência política no país e que apostou em Bolsonaro na última eleição.
Segundo essas mesmas fontes, a caserna já estaria sem paciência com o atual presidente da República, em grande parte por conta de seu comportamento incivilizado e pelas rupturas que promove no ambiente político, metido em confusões o tempo todo, com representantes dos outros poderes e também com setores da sociedade.