Página que pedia fim de 'privilégios' para deficientes faz parte de campanha de conscientização

A fanpage “Movimento Pela Reforma de Direitos” era, na verdade, uma peça publicitária que tem como objetivo escancarar o preconceito.

O post de retratação da página teve cerca de 170 compartilhamentos e gerou polêmica entre os internautas.
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A fanpage “Movimento Pela Reforma de Direitos” era, na verdade, uma peça publicitária que tem como objetivo escancarar o preconceito Por Redação Na tarde de ontem (30), posts da página Movimento Pela Reforma de Direitos circularam pelo Facebook causando revolta nos internautas. Com cerca de mil curtidas, a fanpage questionava o que chamava de  “privilégios” das pessoas com deficiência - como vagas reservadas em estacionamentos, isenção de impostos na compra de carros zero e cotas em concursos públicos -, chegando a compartilhar uma petição online sobre o assunto. Alguns dos posts foram curtidos por quase 500 pessoas. Porém, conforme apurado no Blog do Rovai, a página era, na verdade, uma campanha publicitária do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência, voltada para dar visibilidade à causa dos deficientes. “Muita gente se revoltou e repercutiu negativamente a bandeira levantada pelo Movimento pela Reforma de Direitos: o fim dos privilégios para pessoas com deficiência. E, mesmo assim, por que tantos ainda desrespeitam? Essa é a discussão que nós, do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência, queríamos levantar. E conseguimos”, lê-se no post que revelou as verdadeiras intenções da campanha. Até as 16h30, a página estava com 3.500 curtidas. [caption id="attachment_76268" align="alignleft" width="388"]O post de retratação da página teve cerca de 170 compartilhamentos e gerou polêmica entre os internautas. O post de retratação da página teve cerca de 170 compartilhamentos e gerou polêmica entre os internautas[/caption] Junto com a mensagem, a página publicou um vídeo explicativo da campanha. Nele, Mirella Prosdocimo, presidente do Conselho, fala aos internautas: “O choque que vocês sentiram diante das propostas absurdas é o nosso alívio”. Ela chama atenção para o fato de que os deficientes físicos representam 24% da população brasileira, e mais de 300 mil pessoas só em Curitiba, e explica que as políticas afirmativas “existem para que as pessoas com deficiência possam vivem com dignidade”. O objetivo da campanha, segundo ela, era colocar a causa em foco para o Dia Internacional das Pessoas com Deficiência Física, celebrado em 3 de dezembro. Mesmo depois da revelação do real objetivo do “Movimento pela Reforma de Direitos”, muitos internautas criticaram a campanha, afirmando que faltou delicadeza no trato do tema e que muitos deficientes se sentiram ofendidos com os posts. A essas críticas, Mirella respondeu dizendo que “o absurdo na internet durou só um dia, mas as pessoas com deficiência enfrentam esse desrespeito todos os dias”. E concluiu: “Nós não temos privilégios, temos direitos”.