Pandemia de coronavírus coloca mais 150 milhões de crianças na pobreza extrema, diz Unicef

Quadro deve piorar nos próximos meses e OMS já alertou para taxas de transmissão “alarmantes” na Europa em meio a retomada de atividades

Criança lava as mãos em ação do Unicef para conter o coronavírus na África (Foto: Unicef)
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Cerca de 1,2 bilhão de crianças estão vivendo na chamada pobreza multidimensional, que inclui falta de serviços básicos como água, educação e saúde para o desenvolvimento dos menores. Este número aumentou 15% desde o início da pandemia, que jogou mais 150 milhões de crianças na pobreza.

A conclusão é parte de um estudo do Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, e da ONG britânica Save the Children. Segundo o relatório, divulgado em Londres e Nova Iorque, o aumento de 15% ocorreu em países de rendas baixa e média. Foram utilizados dados sobre educação, cuidados de saúde, moradia, nutrição, água e saneamento em mais de 70 nações.

O estudo mostra que cerca de 45% das crianças foram severamente privadas de pelo menos uma dessas necessidades numa análise antes da pandemia. Para o Unicef, com as consequências da covid-19 na economia, este quadro deve piorar nos próximos meses. 

Segunda onda

Enquanto o mundo avalia as consequências da primeira onda de contaminação do coronavírus, dados compilados e analisados pela Organização Mundial de Saúde indicam que uma segunda onda já estaria em curso pelo menos na Europa.

"Temos perante nós uma situação muito grave, com mais casos semanais do que se verificava no primeiro pico da pandemia na Europa, em março passado. Na semana passada, o total de casos superou os 300 mil", afirmou o diretor regional da OMS para a Europa, Hans Kluge, em conferência de imprensa virtual nesta quinta-feira (17).

O responsável reconheceu que o número de novos casos reflete o número de testes realizados, mas considerou que revela "ritmos de contágio alarmantes" entre os 53 países da região.