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Em entrevista, o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) ainda disse acreditar que o governo Temer sequer chegue a 2018: "Não resistiria a uma série de grandes manifestações"
Por Redação
Famoso por comandar o julgamento da ação penal 470, que ficou conhecida como "mensalão", e ao longo de um tempo tido como um possível quadro para se candidatar a presidência e "livrar o país da corrupção" - da mesma maneira que acontece atualmente com o juiz Sérgio Moro -, o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, considera que o impeachment da ex-presidenta Dilma Rousseff tenha sido uma "encenação".
"Todos os passos foram planejados desde 2015. Aqueles ritos foram cumpridos apenas formalmente. O que houve foi um grupo de políticos que supostamente davam apoio ao governo num determinado momento decidiu que iriam destituir a presidente. O resto foi encenação. Os argumentos da defesa não eram levados em consideração", afirmou Barbosa em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo divulgada nesta quinta-feira (1).
Para o ex-ministro, que atualmente apenas ministra palestras, o impeachment de Dilma fez com que o Brasil perdesse credibilidade e voltasse a ser uma "República de Bananas".
"O Brasil de certa forma entra num processo de 'rebananização'. É como se o país estivesse reatando um passado no qual éramos República de Bananas. Isso é muito claro", disse.
Sobre o atual governo, Barbosa acredita que ele sequer chegue ao seu final, abalado por possíveis séries de grandes manifestações como a ocorrida na última terça-feira (29) em Brasília.
"É tão artificial essa situação criada pelo impeachment que eu acho, sinceramente, que esse governo não resistiria a uma série de grandes manifestações".
Foto: Fellipe Sampaio