Para justificar mineração, Bolsonaro diz que nenhum país no mundo ouve e indeniza indígenas

"Não foi o índio que se integrou à nossa cultura, mas a cultura ocidental europeia que incorporou os índios", tuitou o presidente ao defender a exploração de minérios em terras indígenas

Bolsonaro com lideranças indígenas (Foto: Reprodução/Twitter)
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Em uma sequência de tuítes publicada nesta terça-feira (31), Jair Bolsonaro justifica que defende a mineração em terras indígenas porque nenhum país no mundo tem "exigências" como a prevista no artigo 231 da Constituição brasileira, que para "mineração em área indígena exige a prévia oitiva dos índios, autorização do Congresso e indenização aos índios". "Nenhum país do mundo tem essas exigências", tuitou Bolsonaro, após explicitar o artigo constitucional. A publicação se deu em razão de o ministro das Minas Energia, Bento Costa Lima Leite, ter recebido o embaixador da Bélgica para explicar os motivos de o governo brasileiro investir na regulamentação da mineração em terras indígenas. No texto, Bolsonaro diz que "não foi o índio que se integrou à nossa cultura, mas a cultura ocidental europeia, como a Belga, que incorporou os índios, só que hoje os condenam à miséria", ignorando o fato dele próprio ser descendente de imigrantes europeus que tomaram as terras de indígenas brasileiros. Por fim, o presidente sugeriu que os novos minerais e tecnologias consertarão os estragos ambientais do passado. "As riquezas minerais não estão onde queremos, mas onde a natureza as colocou: no Norte do Brasil onde, 'curiosamente', governos anteriores demarcaram enormes áreas indígenas", escreveu. "Uma área maior que a região Sudeste (SP/MG/RJ/ES) já está demarcada no Brasil como TI. Sob essas áreas uma completa 'Tabela Periódica'." De acordo com a publicação, Lima Leite deve receber embaixadores de outros países para justificar o posicionamento do governo em relação à mineração em terras indígenas em breve. https://twitter.com/jairbolsonaro/status/1212095402356420608?s=20