Para Lobão, só a "elite" pode governar o país

Em entrevista à Veja, o cantor defende que só quem tem muito dinheiro deve entrar para a política

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Em entrevista à Veja, o cantor defende que só quem tem muito dinheiro deve entrar para a política

Por Redação

Os políticos são os representantes do povo, certo? Errado, pelo menos para o cantor Lobão. Em seu mundo ideal, um brasileiro só poderia se tornar político se fosse rico, estivesse na meia idade e tivesse frequentado por anos cursos como economia e direito – padrão que não corresponde nem de longe à realidade social do Brasil.

Foi o que disse em entrevista à revista Veja, publicada nesta quita-feira (12), ao ser questionado sobre suas pretensões de concorrer a cargos eletivos. "Eu não tenho o menor gabarito para isso! Se eu pudesse, faria uma legislação estabelecendo que, para ser político, é preciso ter mais de 50 anos, muito dinheiro, falar seis idiomas, ter curso de política internacional, economia e direito. Tem que ser gabaritado, alguém da elite. Um cara pobre tem mais chances de se lambuzar", afirmou. "Você vê o Michael Bloomberg (empresário bilionário e ex-prefeito de Nova York) doa 50 milhões de dólares para a municipalidade. O Brasil é um país de gatunos, de pessoas que vão para a política para resolver sua situação financeira, quando deveria ser o contrário."

Além de demonstrar sua visão elitista sobre política e outros temas, Lobão não poupou críticas à presidenta Dilma Rousseff (PT). "A presidente não tem competência. É bruta, estourada, azeda, não tem traquejo", declarou. Para ele, entretanto, Dilma é "apenas um bode expiatório". "Tem gente que quer que a Dilma seja expulsa, mas votaria no Lula. Bom, então você não entendeu nada do que está acontecendo. O pai disso tudo é o Lula", argumentou.

Nem o falecido Oscar Niemeyer, considerado um dos mais importantes nomes da arquitetura moderna mundial, escapou da mira do músico. "Oscar Niemeyer era uma anta política, mas tinha o seu talento", disparou.

Lobão disse também não se importar que partidos políticos de oposição patrocinem os atos pró-impeachment marcados para o próximo domingo (15). "A gente precisa dos políticos até para que ativem um eventual processo de impeachment ou para que conduzam o que for necessário caso ela renuncie, o que seria melhor", finalizou.

(Foto: Oswaldo Corneti/Fotos Públicas)