Paraguai rechaça acordo militar com EUA

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O presidente do Paraguai, Fernando Lugo, rejeitou na quinta-feira, 17 de setembro, acordo de cooperação militar com os Estados Unidos após uma semana de tensão diplomática na América do Sul, ocorrida pela presença de tropas estadunidenses na região, principalmente na Colômbia.

Lugo afirmou que decidiu suspender a série de exercícios previstos para 2010 entre as Forças Armadas paraguaias e dos EUA, que envolveriam 500 militares estadunidenses, como parte do programa chamado de “Novos Horizontes”."Não achamos conveniente que o Comando Sul dos Estados Unidos esteja presente no Paraguai, com 500 homens para esse tipo de exercícios", disse o presidente.

A decisão surge no momento em que países da América do Sul aceleram os debates sobre questões militares e de soberania, incluindo um plano dos Estados Unidos de utilizar sete bases na Colômbia. No início da semana, em reunião da União das Nações Sul Americanas (Unasul), o governo colombiano se recusou a detalhar o acordo com os EUA, gerando mal estar na assembleia.

O presidente paraguaio disse que as lideranças do continente reunidas na Unasul, em termos de defesa, segurança e soberania, "apostam na integração regional em primeiro lugar". Lugo enfatizou que na reunião de ministros das Relações Exteriores e de Defesa dos doze países, na terça-feira em Quito, no Equador, foi muito questionada a grande presença de soldados estadunidenses em bases militares da região.."Uma mobilização de 500 pessoas, militares e profissionais dentro do país não passa despercebida. Por isso, creio que não seja prudente nem conveniente a chegada de tropas ao Paraguai”, ressaltou Lugo.

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