Pelo menos 100 pacientes com covid morrem na fila por vaga em UTI em Bauru

Cidade é governada pela prefeita negacionista e bolsonarista Suéllen Rosim. Em Catanduva, prefeito é ajuizado pelo MP por não instituir "lockdown"

UTI Covid em SP. (Foto: Governo do Estado de São Paulo)
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A cidade de Bauru, no interior de São Paulo, governada pela prefeita negacionista e bolsonarista, Suéllen Rosim (Patriotas), já registrou pelo menos 100 mortes de pacientes com covid-19, em 2021, que estavam na fila de espera por vagas em UTI. As informações são do Estadão.

A última morte, nesta quinta-feira (10), foi de um homem internado na madrugada do dia 5, quando a taxa de ocupação do Hospital Estadual, referência para covid-19, era de 117%.

A Secretaria Municipal de Saúde informa que há mais de três meses os hospitais públicos estão com ocupação acima de 100%. "O Mini Hospital, com pronto-socorro e atendimento avançado de covid-19, está lotado e, por consequência, as quatro Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) estão cheias, com pacientes em geral misturados com os suspeitos e positivos de covid", informou a prefeitura.

A prefeita de Bauru viajou a Brasília em busca de soluções para o cenário crítico na saúde. Ela disse em suas redes sociais que as quatro Unidades de Pronto Atendimento enfrentam dificuldades devido à alta ocupação. "Uma das soluções é ampliar o horário de atendimento das UBSs (Unidades Básicas de Saúde) sentinelas e abertura aos feriados e fins de semana", postou. A prefeitura reivindica a abertura do Hospital das Clínicas, vinculado ao Estado, que tem alas desativadas.

Catanduva

O prefeito de Catanduva (SP), Osvaldo de Oliveira Rosa (PSDB), foi ajuizado por improbidade administrativa pelo Ministério Público (MP) por não instituir "lockdown" para frear o aumento no número de casos positivos de Covid-19. As informações são do G1.

De acordo com o promotor de Justiça André Luiz Nogueira, responsável por propor a ação, a Secretaria de Saúde de Catanduva e o Comitê de Enfrentamento à Covid-19 recomendaram o fechamento por 15 dias de vários estabelecimentos, inclusive os considerados essenciais.

O Executivo, no entanto, editou o decreto com restrições ao atendimento presencial nos comércios não essenciais e templos religiosos, com proibição de eventos e atividades culturais, mas apenas pelo período de 11 a 14 de junho, mantendo os serviços de supermercados com limitação de clientela e com ocupação máxima de 25%.

“É o ideal? Não! A Recomendação da Secretária de Saúde e do Comitê de Enfrentamento, órgão técnico e científico, é de lockdown por 15 dias. Lockdown é fechamento completo. Inclusive dos serviços essenciais, que deveriam funcionar apenas sob o sistema delivery. Além disso, a recomendação, novamente, é por período de 15 dias, e não apenas quatro dias”, argumentou o promotor na ação.

O MP informa ainda que, desde que o Comitê de Enfrentamento à Covid-19 recomendou o fechamento dos estabelecimentos, Catanduva registrou mais 233 óbitos, contabilizando 471 mortes desde o início da pandemia. Além disso, os hospitais da cidade operam com mais de 100% de ocupação.

Além do afastamento de Osvaldo de Oliveira Rosa (PSDB), o Ministério Público propõe o pagamento de uma multa por dano moral no valor de R$ 1 milhão.