Perdão, Chico, perdão...

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Chico, eu te peço Perdão por eles, que não sabem o que fazem, nem o que dizem. E apesar de habitarmos o mesmo planeta, me sinto alienígena. E te digo que apesar deles, amanhã há de ser outro dia. Pois hoje são eles que querem mandar. Se falam, tá falado, não tem discussão. Eles querem que a nossa gente só ande de lado e olhando pro chão. Foram eles que inventaram a fineza e que agora tenham a fineza de desinventar. Eles vão é pagar é dobrado cada lágrima rolada nesse nosso penar. Eles, à sanha louca, querem acabar com todos que não seguem a manada. Eles querem jogar pedra na Gente. Que joguem pedra na Gente. Para eles, somos feitos para apanhar. Somos bons para cuspir. Talvez sejamos bons para marcar, sejamos bons para segregar. Pois, segundo eles, damos para qualquer um. Maldita gente! Perdão Chico, porque eles querem que nos calemos. Como beber dessa bebida amarga e tragar a dor, engolir a labuta, Mesmo calados, resta o peito, silêncio na cidade não se escuta. De que nos vale ser filhos da santa, melhor seria filhos da outra. Outra realidade menos torta, tanta mentira, tanta força bruta. Perdão, Chico, pois a gente vai contra a corrente, Até não poder resistir e na volta do barco é que sente O quanto deixou de cumprir. Perdão Chico, eles simplesmente não sabem o que dizem... E gritam nos mercados que com certeza, está na natureza, será, que será? Os que não têm certeza, nem nunca terão Os que não tem conserto nem nunca terão Os que não tem tamanho... Peço perdão pela duração dessa temporada, Mas não diga nada que me viu chorando E pros da pesada, diz que vamos levando... Mas nos socorre a certeza de que não passarão. O que vai passar nessa avenida é um samba popular. Pois num tempo, página infeliz da nossa história, Passagem desbotada na memória das nossas novas gerações...