Piauí tem primeira união homoafetiva oficializada em presídio

"Elas cometeram crimes e perderam o direito de ir e vir, mas todos os outros direitos devem ser garantidos”, afirmou o juiz.

Escrito en LGBTQIAP+ el
"Elas cometeram crimes e perderam o direito de ir e vir, mas todos os outros direitos devem ser garantidos”, afirmou o juiz Por Redação* Everoneide Costa Gomes, 36, e Mairla Santos Lima, 23, oficializaram seu relacionamento nesta quarta-feira (17), na Penitenciária Feminina de Teresina, no Piauí. É a primeira vez no estado que a celebração de uma união homoafetiva é realizada dentro de um presídio. O juiz auxiliar José Airton foi o responsável pela cerimônia e, em entrevista ao portal Uol, afirmou que é preciso respeitar a decisão das detentas. "Elas cometeram crimes e perderam o direito de ir e vir, mas todos os outros direitos devem ser garantidos. O que nós estamos fazendo aqui é assegurando a elas o direito que têm de selar o compromisso entre ambas, sem preconceito", disse o magistrado. A decisão de Everoneide e Mairla ocorreu há um mês, após participarem de uma palestra sobre os direitos da população LGBT, em que foi ressaltada a possibilidade de oficializar relacionamentos homoafetivos entre presas. Em seguida, elas manifestaram a vontade de realizar uma celebração, após cinco anos de namoro. De acordo com a diretora da penitenciária, Socorro Godinho, trata-se de um avanço social que possibilita um novo olhar para as mulheres presidiárias. O evento foi acompanhado por outras detentas, que aplaudiram o casal. As duas querem deixar para trás o envolvimento com crimes e fazem planos de formar uma família ao ganharem a liberdade. * Com informações de O Globo e portal Uol Foto de capa: Eduardo Marchão / Grupo Matizes