Piovesan e o aplauso a Alexandre de Moraes

Seminário - Saídas para a Crise na sede da OAB-SP em 15-09-2015 1º painel - Flávia Piovesan, Luiz Flavio Gomes, Marcos da Costa, Alexandre de Moraes, Rubens Naves - foto Cristovão Bernardo
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Muitos ficaram surpresos com a nomeação e a aceitação da professora de Direito Constitucional, Flávia Piovesan, para a Secretaria Nacional de Direitos Humanos do governo interino de Temer. Apesar de ser uma assídua defensora da participação das mulheres na política e dos direitos, a jurista aparentemente está em casa agora que vai trabalhar para o ministro da Justiça Alexandre de Moraes, aquele que mandou a Polícia Militar reprimir estudantes. "Aplaudo sua conduta". Assista  Por Redação Mais que a indicação, chamou a atenção de políticos, professores e juristas, no geral, a aceitação da professora de Direito Constitucional, Flávia Piovesan, de ocupar o cargo de secretária nacional de Direitos Humanos do governo provisório de Michel Temer (PMDB). Orientanda do presidente interino em seu mestrado, Piovesan é conhecida pela defesa dos direitos humanos e pela luta por uma participação maior das mulheres na política. Ela foi a primeira mulher eleita presidenta do Centro Acadêmico 22 de Agosto, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). A entidade, inclusive, divulgou nesta quarta-feira (18) uma carta aberta à professora em que repudia sua decisão de aceitar o convite para compor o governo Temer. "A Professora Flávia Piovesan, ao aceitar o cargo na Secretaria de Direitos Humanos, não pode deixar de lado sua trajetória acadêmica e profissional na defesa dos Direitos Humanos e se colocar na história como mais uma golpista deste governo antidemocrático, do qual não há a participação e reconhecimento de mulheres. Junto a isso, a Professora, a partir do momento em que aceita ser subordinada de Alexandre de Moraes, legitimaria as violações de Direitos Humanos cometidas pela Polícia Militar do Estado de São Paulo, contra as quais sempre se posicionou contrariamente", diz trecho da carta. Confira a íntegra aqui. Ainda que seja reconhecida pelo seu legado acadêmico e de defesa dos direitos humanos, Piovesan não aparenta estar incomodada em trabalhar para o novo ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, tido por muitos como violador de direitos. Moraes, até a semana passada, era secretário de Segurança Pública de São Paulo e comandou inúmeras operações que resultaram em violência policial contra estudantes e movimentos sociais. Em um vídeo do ano passado, Piovesan elogia Moraes, afirmando que se trata de um "professor de Direito Constitucional que aplica na prática esses princípios, com muita coragem e ousadia. Aplaudo sua conduta". Será que ela é tão diferente da chefia? Assista.