Pivô da guerra no MEC entre olavetes e militares, coronel Ricardo Roquetti deve ser exonerado

Informações que circulam em grupos próximos a Olavo é que Bolsonaro já teria decidido exonerar Roquetti, selando a vitória dos olavetes, que devem se manter em postos chaves do MEC para dar início à declarada "Lava Jato da Educação", que estaria enfrentando resistência na caserna

Paulo Roberto Almeida, Ricardo Roquetti e Olavo de Carvalho (Reprodução)
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Pivô do expurgo dos olavetes do Ministério da Educação, o coronel Ricardo Roquetti, secretário-executivo da pasta deve ser exonerado nos próximos dias, selando mais uma vitória dos discípulos de Olavo de Carvalho sobre o grupo militar do governo Jair Bolsonaro (PSL). Em guerra contra Olavistas, Alexandre Frota dá nomes e pede a cabeça de assessor de chanceler: “Selva” Ex-aluno do astrólogo e guru ideológico do governo, Roquetti foi criticado por Olavo neste sábado (9), que disse ter se arrependido de tê-lo apresentado à deputada federal Bia Kicis (PSL/DF), que articulou a nomeação para a pasta comandada por Ricardo Vélez-Rodriguez. "Três erros pelos quais peço desculpas: 1) Ter acreditado, nos anos 90, que os militares brasileiros teriam a coragem de reagir na Justiça contra a difamação jornalística das Forças Armadas. 2) Ter apoiado o general Mourão na sua candidatura à vice-presidência. 3) Ter apresentado o Coronel Roquetti à Bia Kicis", tuitou o astrólogo, provocando um levante de seus seguidores contra o militar. Neste domingo, as informações que circulam em grupos próximos a Olavo é que Bolsonaro já teria decidido exonerar Roquetti, selando a vitória dos olavetes, que devem se manter em postos chaves do MEC para dar início à declarada "Lava Jato da Educação", que estaria enfrentando resistência na caserna. A notícia é comemorada nas redes por bolsonaristas discípulos do guru. Expurgo Depois que Olavo pediu para seus ex-alunos abandonarem cargos no governo de Jair Bolsonaro, especificamente no Ministério da Educação (MEC), o assessor especial da pasta, Silvio Grimaldo, um dos ex-alunos, disse que há um “expurgo” em andamento no setor. Ligado ao filósofo, Grimaldo escreveu na manhã de deste sábado no Facebook que foi um dos que sofreram rebaixamento de cargo por conta da pressão dos militares. O assessor ressaltou que o presidente Jair Bolsonaro poderia fazer um governo "alicerçado" em ativistas e intelectuais de direita, mas "preferiu" se cercar de "generais positivas". Em outra postagem, Grimaldo associou os ataques ao grupo de Olavo dentro do MEC a demissão do diplomata Paulo Roberto de Almeida do comando do Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais. No carnaval, Almeida foi exonerado depois de divulgar textos críticos à política externa e ao próprio ministro Ernesto Araújo. O diplomata disse que Olavo estava por trás de sua demissão. O escritor, porém, negou. Grimaldo escreveu em sua contas no Facebook que, durante a campanha de 2018, um certo "coronel" do MEC e eminência parda do ministro Vélez Rodríguez tentou emplacar Paulo Roberto de Almeida para o cargo de chanceler, mas a indicação, completou, ficou por conta de Olavo de Carvalho, que sugeriu Ernesto Araújo. O coronel citado pelo assessor é Ricardo Wagner Roquetti, coronel-aviador da reserva da Aeronáutica que exerce cargo de diretor no MEC. "É no mínimo uma deliciosa coincidência que alguns dias depois do Paulo Roberto ser demitido do MRE e atribuído sua demissão ao Olavo, o coronel tenha organizado a desarticulação da influência do Olavo dentro do MEC", escreveu Grimaldo. Se não fosse uma simples coincidência, seu chamaria retaliação." A Lava Jato da Educação, termo usado por Bolsonaro no Twitter, é um acordo para investigar indícios de corrupção especialmente nos contratos do Programa Universiade para Todos (ProUni) e no Programa de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec). Nossa sucursal em Brasília já está em ação. A Fórum é o primeiro veículo a contratar jornalistas a partir de financiamento coletivo. E para continuar o trabalho precisamos do seu apoio. Saiba mais.