"Últimos dias de pobre": Negociadores da Davati celebravam valores de venda suspeita de vacina

Mensagens obtidas através de perícia ao celular de Dominguetti mostram ainda que Bolsonaro sabia da negociata

Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
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Com a quebra do sigilo do empresário Luiz Paulo Dominguetti pela CPI do Genocídio, ficaram expostas mensagens que mostram figuras envolvidas na negociata entre o Ministério da Saúde e a Davati Medical Supply por vacinas contra a Covid-19 celebrando o montante de dinheiro que esperavam receber.

“Bora reservar o jaguar e uma casa em Brasília. kkkkk…”, diz Dominguetti em uma das mensagens obtidas pela coluna Radar, da Revista Veja.

Um contato identificado como “Amauri Vacinas Embaixada” nega que vá gastar o dinheiro das vacinas em um Jaguar e sugere um de outra marca. Um terceiro interlocutor, nomeado como “Andrei Compra Vacina” celebra na sequência: “Últimos dias de pobre! kkk”.

Em outra troca de mensagens, exposta pela GloboNews, aparece o nome do presidente Jair Bolsonaro: "O dono da Davati enviou e-mails pessoalmente. Segundo informações o próprio presidente Bolsonaro já foi informado das vacinas".

Dominguetti ganhou as manchetes após denunciar que o diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Dias, teria negociado propina de um dólar por dose de vacina com a Davati em uma negócio de 400 milhões de unidades do imunizante Chadox, desenvolvido pela Universidade de Oxford com a AstraZeneca. A farmacêutica nega que a Davati seja uma representante autorizada. Seu depoimento à CPI deixou senadores sob alerta após ele divulgar vídeo com o objetivo de deslegitimar depoimento dos irmãos Miranda.

Reportagem do Jornal Nacional exibida no sábado (3) mostrou que o valor negociado com o Ministério da Saúde seria superior ao que foi denunciado por Dominguetti na suposta propina solicitada.

Com informações da Veja e do G1