Polícia prepara despejo em Cabrobó

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Manifestantes prometem permanecer no local. Reintegração de posse poderia ocorrer na madrugada desta quarta-feira.

Segundo a assessoria de imprensa da Articulação Popular São Francisco Vivo, que mantém boletim diário sobre o acampamento contra as obras de transposição do rio, informa a chegada de policiais a Cabrobó (PE), no fim da tarde desta terça-feira, 3, para uma suposta ação de reintegração de posse. O acampamento está no local desde a terça-feira da semana passada, 26, com manifestantes ligados a organizações sociais, movimentos populares, povos e comunidades tradicionais dos estados de Alagoas, Sergipe, Bahia, Pernambuco, Minas Gerais e Ceará. A organização sustenta que a ação policial estaria programada para a madrugada desta quarta-feira, 4, e contaria com batalhões da polícia militar de Salgueiro (PE). A sentença de reintegração, expedida pelo juiz Georgius Luís Argentini Principe Credidio, da 20ª Vara Federal, exige a presença da Fundação Nacional do Índio (Funai) e deve ser coordenada pela Polícia Federal. A notificação ocorreu na segunda-feira, 2, mas os acampados prometeram permanecer no local. A Advocacia Geral da União (AGU) pleiteou multa de R$ 10 mil caso haja resistência à desocupação, e os oficiais de justiça tentarão identificar os líderes da mobilização. Alternativas Os participantes do acampamento defendem a adoção de 140 tecnologias de convivência com o semi-árido, a maioria delas reunida e aplicada pela Articulação do Semi-árido (ASA). Além das alternativas apresentadas pelo Atlas Nordeste lançado pela Agência Nacional de Águas (ANA), no final do ano passado. Esse assegura que seriam necessários R$ 3,5 bilhões – a metade do custo da transposição - para realizar 530 obras e atender a 34 milhões de pessoas dos nove estados nordestinos e mais o norte de Minas Gerais, isso significa o abastecimento de 1.356 sedes municipais.