Polícia solta suspeitos de usar símbolo nazista durante ato na Avenida Paulista

Delegado afirma que trio usava "camisas de rock" e não participou do ato. Ouvidoria da Polícia criticou a decisão e pede punição por crime de ódio

Foto: Divulgação/Comissão de Direitos Humanos da OAB-SP
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A Polícia Civil soltou três estudantes que tinham sido detidos na Avenida Paulista por suspeita de usarem símbolo nazista durante protestos contra o governo de Jair Bolsonaro no último domingo (14).

De acordo com o 78º Distrito Policial (DP), delegacia responsável pelo caso, os dois homens presos, de 20 e 19 anos de idade, assim como o adolescente de 16 anos, não cometeram crime e não usavam roupas com suásticas nazistas.

Para os policiais, os suspeitos usavam camisetas de uma banda de rock que têm nas mangas um símbolo representando pela "suástica hinduísta e, portanto, não faz apologia ao nazismo.

As camisetas, no entanto, referem-se à banda norueguesa de black metal Burzum, cujo vocalista, Kristian Vikernes, já foi preso por suspeita de tramar um ato terrorista. Ele é reconhecido por ser simpatizante do movimento neonazista.

Para a Ouvidoria da Polícia, o caso precisa de um novo boletim de ocorrência, de forma a alterar a natureza “não criminal” para “crime de ódio”.

Segundo o ouvidor, a lei federal 7716 de 1989 determina que é crime “fabricar, comercializar, distribuir ou veicular símbolos, emblemas, ornamentos, distintivos ou propaganda que utilizem a cruz suástica ou gamada, para fins de divulgação do nazismo”. As penas são de prisão por dois anos a cinco anos e multa.