População pede para que governo declare "emergência alimentar". Venezuela? Não, Argentina

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A Venezuela sofre constantemente com crises de abastecimento por conta dos boicotes e bloqueios internacionais. A Argentina, no entanto, que não é governada nem pelo PT e nem por Maduro, mas sim por um presidente com um discurso bem liberal, passa por uma crise econômica tão profunda que mais de 300 mil pessoas tiveram que sair às ruas para pedir comida  Por Redação  Sob o lema “Pão, Paz, Terra, Teto e Trabalho”, em homenagem a São Caetano, milhares de pessoas saíram às ruas nesta segunda-feira (7) para exigir que o governo declare "estado de emergência alimentar". Aos olhos do leitor médio, acostumado com a cobertura midiática negativa da Venezuela, parece que se trata de uma marcha anti-Maduro, no país que historicamente sofre com crises de abastecimento por conta dos constantes boicotes e bloqueios internacionais. A marcha aconteceu, no entanto, na Argentina, país que não é governado nem pelo PT e nem por Maduro, mas sim por Maurício Macri, liberal adorado por direitistas moderados e com um discurso bem parecido com o de Michel Temer sobre recuperação econômica. A marcha, que reuniu cerca de 300 mil pessoas, foi organizada por católicos, sindicatos e movimentos sociais. Eles protestaram em frente a Plaza de Mayo para exigir que Macri crie fundos excepcionais para cozinhas escolares e comunitárias. A ideia do protesto foi, além de fazer críticas às políticas econômicas do atual presidente, angariar nomes em um abaixo-assinado para incentivar legisladores a analisarem uma lei de declaração de emergência alimentar. “As políticas econômicas do governo geram milhares de demissões e deixam cada vez mais pessoas em situação de pobreza e de fome”, disseram os convocadores da marcha em um comunicado. Terceira economia da América Latina, a Argentina fechou o ano passado com um recuo de 2,3% no PIB e viu, no primeiro trimestre deste ano, o desemprego subir e chegar aos 9,2%. Nas periferias de Buenos Aires, onde vivem a maior parte das pessoas da capital, o índice de desemprego chega a quase 12%. Foto: AIM Digital