Popularidade digital de Bolsonaro despenca após “carta de arrego”

Indicador divulgado pela consultoria Quaest mostrou que mobilização foi muito grande no 7 de setembro, data dos atos golpistas, mas após a mensagem de desculpas escrita por Temer índice desabou

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A volta atrás de Jair Bolsonaro em relação à radicalização e aos ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF) não tem trazido bons frutos cibernéticos ao presidente. Um levantamento, divulgado neste segunda-feira (13) pela consultoria Quaest, mostrou que o Índice de Popularidade Digital (IPD) do ocupante do Planalto desabou após a “carta de arrego” escrita pelo ex-presidente Michel Temer para que o atual mandatário se desculpasse com a nação após o papelão golpista protagonizado por ele no Dia da Independência.

No 7 de setembro, data dos atos antidemocráticos, Bolsonaro atingiu sua 2ª maior marca no IPD este ano, atingindo 81,8 pontos. Somente em duas datas próximas à realização da motociata de Brasília, em maio, é que índice foi mais alto, atingindo 83 pontos.

Já em 8 de setembro, um dia após os atos golpistas de Brasília e São Paulo, o Índice de Popularidade Digital do presidente já desceu vertiginosamente para 64,2 pontos. Na quinta-feira (9), o indicador baixou ainda mais, chegando ao patamar de 53,7 pontos, para que na sexta-feira (10) atingisse o fundo do poço: 37,1 pontos.

Um índice tão baixo só encontrou semelhança com os registrados nos dias próximos ao surgimento do escândalo da vacina Covaxin, no auge da CPI do Genocídio, em julho, quando uma denúncia mostrou que integrantes do Ministério da Saúde negociaram uma compra ilegal e superfaturada de um imunizante indiano, oferecido por um cabo da PM mineira de Alfenas, que fazia papel de atravessador no negócio.

Para o cientista político Felipe Nunesda, que é professor da UFMG e diretor da consultoria Quaest, o presidente da República conseguiu gera muita expectativa em torno das manifestações do Dia da Independência, mas sua reação após os atos frustrou seus seguidores

"Os atos do dia 7 trazem uma criação de expectativa. Bolsonaro foi capaz de fazer algo que quase ninguém hoje consegue, que é gerar expectativa. O processo de mobilização coordenada para os atos foi todo positivo para o presidente. O problema é que depois a euforia se transformou em frustração", explicou.