Por corrupção, presidente da Guatemala renuncia ao cargo

Otto Pérez Molina tem desde esta quarta uma ordem de captura expedida contra si; população foi às ruas comemorar saída de mandatário.

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Otto Pérez Molina tem desde esta quarta uma ordem de captura expedida contra si; população foi às ruas comemorar saída de mandatário Por Opera Mundi O presidente da Guatemala, Otto Pérez Molina, renunciou no final da noite desta quarta-feira (02/09) ao cargo, após uma série de protestos que pediam sua saída por conta de um escândalo de corrupção que levou para a cadeia até a ex-vice-presidente do país, Roxana Baldetti. A carta de renúncia deve ser apresentada nesta quinta-feira (03/09) ao Congresso do país e, se aceita, assume a presidência o vice Alejandro Aguirre. Segundo o porta-voz do governo, a renúncia teve o objetivo de "manter a institucionalidade e a ordem que corresponde dentro do Estado", além de enfrentar "de maneira individual" o devido processo. Pérez Molina perdeu nesta semana a imunidade do cargo e corria o risco de Molina tem também, desde esta quarta, uma ordem de captura expedida contra si. O agora ex-presidente insistia que não iria renunciar e enfrentaria no cargo o processo judicial. Além disso, o porta-voz afirmou que o presidente não se pronunciaria por enquanto, já que havia "deixado claro", na última segunda-feira (31/08), que a decisão era "enfrentar o processo".
Molina é acusado pelo Ministério Público e pela Cicig (Comissão Internacional Contra a Impunidade na Guatemala), de ser um dos comandantes da rede de fraude aduaneira conhecida como “a linha”, desmantelada em abril deste ano. Na semana passada, Baldetti foi detida por acusações de estar envolvida neste esquema de corrupção.
Além disso, para a procuradora-geral da República e chefe do Ministério Público, Thelma Aldana, existem indícios da participação de Molina no esquema “a linha” e, por essa razão, foi concedida a ordem que o impede de deixar o país. Por conta do escândalo, 28 pessoas já foram presas. Grupos de guatemaltecos foram às ruas comemorar o fim da gestão de Pérez Molina. “Acabou, acabou, este governo militar corrupto", "Ladrão" e "Vêm mais batalhas e vamos ganhá-las" foram algumas das palavras de ordem gritadas pelos manifestantes que se reuniram em frente à Torre de Tribunais, na Cidade da Guatemala. Eleições Está prevista a realização de eleições gerais no país no próximo domingo (06/09), nas quais serão eleitos: presidente, vice-presidente, 158 deputados do Congresso, 20 deputados ao Parlamento Centro-Americano e prefeitos e vereadores dos 338 municípios. De acordo com especialistas consultados pela agência Efe, diante do cenário político do país, espera-se uma grande abstenção por parte dos eleitores já que a campanha eleitoral não empolgou os guatemaltecos que vivenciaram diversas manifestações pedindo a renúncia de Molina nas últimas semanas. Foto: Divulgação