Por vacinação de bancários, parlamentares apresentam emendas à MP do auxílio

Deputados afirmam que atividades exercidas por empregados da Caixa Econômica Federal e de outros bancos são essenciais ao país. Eles solicitam priorização destes trabalhadores em ações de imunização pelo SUS.

Foto: Fenae
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Em apoio à vacinação dos bancários contra a Covid-19, parlamentares apresentaram emendas à Medida Provisória 1.039/2021, que prevê o retorno do auxílio emergencial. Os deputados defendem que os empregados da Caixa Econômica Federal e de outros bancos sejam priorizados nas ações de imunização, considerando a probabilidade de aumento de fluxo e risco de contágio nas agências e o agravamento da pandemia no país, que nesta semana registrou mais de 3 mil mortes em 24 horas e a triste marca de aproximadamente 300 mil vidas perdidas. Este ano, a previsão é que o auxílio seja pago a 46 milhões de beneficiários.

Em 2020, os trabalhadores da Caixa Econômica estiveram na linha de frente do pagamento do auxílio e de outros benefícios sociais para cerca de 160 milhões de brasileiros. “Incluir o pessoal da Caixa como público prioritário na vacinação contra a covid contribuirá para que não se eleve ainda mais a disseminação do vírus, dado o atendimento bancário ocorrer em ambiente fechado, com manipulação de cédulas e documentos que passam por várias pessoas”, observa o presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), Sergio Takemoto. Ele destaca que a medida também será positiva para a sociedade. “Garantir a saúde dos bancários é proteger a saúde da população; especialmente, de quem precisa ir até uma agência”, reforça Takemoto.

Na Emenda 24 à MP 1.039, o deputado Pedro Uczai (PT-SC) solicita a inclusão de toda a categoria bancária na lista de prioridades do Programa Nacional de Imunização. Ele ressalta o trabalho dos empregados da Caixa no pagamento de benefícios para conter a crise causada pela pandemia.

“Somam-se a isso as demandas cotidianas do banco público, que é também o responsável pela administração do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e de programas sociais que atingem uma grande massa populacional, atividades essenciais para a sobrevivência da população”, afirma Uczai.

“No momento em que temos tido notícias de colapso no sistema de saúde e medidas restritivas de circulação de pessoas no país, isso proporcionará para a população o recebimento das novas parcelas do auxílio emergencial de forma segura e organizada”, defende o deputado Luiz Carlos Motta (PL-SP) nas emendas 22 e 25, reforçadas pela Emenda 67 apresentada pelo deputado Orlando Silva (PCdoB-SP).

Tadeu Alencar (PSB-PE), autor da Emenda 36, avalia que “a Caixa tem sido peça-chave para a promoção da cidadania e do desenvolvimento sustentável do país". “E é isso que a empresa e seu corpo incansável de funcionários vêm fazendo diuturnamente”, diz o deputado, ao observar que a atividade dos bancários é considerada de risco em virtude da exposição ao coronavírus. “De fato, como noticiado, o número de contaminação dos funcionários foi elevado e motivo imediato de preocupação para suas saúdes e para o bom funcionamento da política pública de socorro financeiro à população”, acrescenta Alencar.

Os deputados Christiano Áureo (PP-RJ) e Pompeo de Mattos (PDT-RS) pactuam do argumento da Fenae ao sugerirem nas emendas 93 e 150, respectivamente, a incorporação dos bancários entre os grupos a serem vacinados com prioridade: “Considerando a segurança e a saúde não só dos bancários, mas também do público ao qual atendem diariamente”.

Apelo ao Ministério da Saúde — No último dia 11, com o Brasil já batendo recordes mundiais em óbitos pela covid-19, a Fenae enviou ofício ao Ministério da Saúde solicitando a priorização da vacina para os trabalhadores do banco e a garantia de imunização da sociedade por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). “É preciso que o público que frequenta as agências encontre o ambiente mais protegido possível, inclusive no que se refere aos seus interlocutores”, insiste Sergio Takemoto.

O presidente da Fenae chama a atenção para o fato de o pagamento do auxílio emergencial voltar em um cenário de piora da pandemia. A estimativa do governo é que os pagamentos comecem na primeira semana do próximo mês de abril. “Sem vacinação para os empregados da Caixa e para a população, as agências bancárias poderão se tornar vetores de contaminação”, acrescenta Takemoto.

Este é o segundo ofício encaminhado pela Federação, neste ano, ao Ministério da Saúde. No dia 13 de janeiro, a entidade representativa dos empregados da Caixa solicitou o enquadramento dos trabalhadores do banco como público prioritário para a vacinação. Naquela circunstância, a Secretaria de Vigilância Sanitária do ministério informou que a priorização seria dada a grupos de maior risco para agravamento e óbito como também para quem atua em serviços de saúde.