Portugal retoma atividades depois de quase 60 dias de confinamento

Apontado como exemplo na contenção do coronavírus, país iniciou plano gradual de abertura e quase metade dos habitantes ainda permanece em casa

Salão de beleza em Lisboa (Foto: Reprodução/Instagram Everydaycovid)
Escrito en CORONAVÍRUS el

Apontado por outros países e especialistas como exemplo na contenção da transmissão do coronavírus, muito pelo cumprimento efetivo da isolamento social, Portugal começou a sair da quarentena mais rígida nesta semana, com o fim do estado de emergência.

Foram 45 dias de estado de emergência, três decretos do período máximo de 15 dias previsto na Constituição, com regras apertadas para a circulação de pessoas nas ruas e a proibição de aglomerações. No entanto, mesmo antes das regras oficiais, quando as medida eram apenas uma recomendação, a taxa de adesão dos portuguesas ao distanciamento social e à redução da circulação já era alta, implicando assim em cerca de dois meses de vida em regime de quarentena.

O plano de saída do confinamento implementado pelo governo do primeiro-ministro António Costa (Partido Socialista) é gradual. Lojas e salões de beleza passam a poder operar, algo antes permitido apenas aos serviços essenciais, como mercados e farmácias. Restaurantes e cafés, restritos a entregas durante o estado de emergência, são os próximos a reabrir.

No entanto, o número de pessoas em locais fechados permanecerá reduzido e o uso de máscaras ou viseiras plásticas passou a ser obrigatório, assim como nos transportes públicos. A circulação nas ruas deixa de ser limitada a compras essenciais e um exercício físico diário, mas aglomerações e eventos públicos continuarão proibidos por mais algum tempo. Portugal deixa o estado de emergência, mas o governo estabeleceu a situação de calamidade - um nível abaixo, mas ainda com controles e alertas.

Em muitos setores, o trabalho em casa ainda será mantido até o final deste mês de maio ou junho. Escolas ainda terão aulas online para a maior parte das turmas. Alunos do equivalente ao Ensino Médio no Brasil devem ter reforço presencial para os exames de acesso à universidade, também com distanciamentos. O ano letivo europeu encerra em junho, para as férias de verão.

Ainda assim, na última segunda-feira (4), primeiro dia do plano de desconfinamento progressivo iniciado pelo governo, 49,6% dos portugueses permaneceram em casa, segundo um relatório divulgado nesta terça-feira (5) pela consultora PSE, especializada em ciência de dados.

A consultora PSE destaca que, apesar do maior desconfinamento registrado no final de abril e no início de maio, a subida é suave e sem picos.

Até esta terça, Portugal registrou 25.524 casos confirmados e 1.063 mortes por coronavírus, desde o início de março. Os recuperados são 1.712.

Temas