Preços disparam e governo Bolsonaro aumenta previsão de inflação para 8,4%

Aumento da previsão de inflação pelo Ministério da Economia vai impactar em gasto adicional de R$ 17,4 bilhões no orçamento, que foi calculado pela equipe de Paulo Guedes com previsão inflacionária de 6,2%

General Luiz Eduardo Ramos bate continência a Paulo Guedes e Jair Bolsonaro (Foto: Marcos Correa/PR)
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A disparada dos preços, que elevou o preço do litro da gasolina para R$ 7 e o quilo da carne a R$ 50 em muitas regiões do país, obrigou o governo rever a previsão de inflação para cima, o que deve estrangular o orçamento nas contas de 2022.

Nesta quinta-feira (16), o Ministério da Economia, comandado por Paulo Guedes, subiu mais de dois pontos a projeção do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), elevando a estimativa da inflação para 2021 de 6,2% para 8,4%.

Segundo dados do IBGE, nos últimos 12 meses a inflação acumula alta de 9,6%, se aproximando dos dois dígitos.

A equipe de Guedes, no entanto, manteve a previsão de alta de 5,3% no Produto Interno Bruto (PIB), que já foi abandonada por muitos analistas após o recuo no último trimestre, de 0,1% - alguns apostam que a economia não deve crescer nem mesmo 1% em 2021, após retração de 4,1% no ano passado.

Contas estranguladas

O aumento de previsão de inflação vai impactar diretamente no orçamento de 2022, que foi projetado tendo como base uma inflação de 6,2% neste ano.

Para cada 0,1 ponto percentual adicional de INPC, o governo estima que seus gastos seriam ampliados em R$ 790 milhões no ano.

Com a nova perspectiva inflacionária, o gasto adicional deve ser de R$ 17,4 bilhões em 2022, que pode estourar o teto de gastos previstos para o próximo ano.