Enquanto Bolsonaro é transferido para possível cirurgia, Mourão embarca para Angola

Vice-presidente resolveu manter a viagem ao país africano mesmo sem ser possível saber qual será o desfecho da internação do chefe do Executivo

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O vice-presidente Hamilton Mourão, cujo nome foi para a lista de assuntos mais comentados do Twitter, nesta quarta-feira (14), após a notícia de que Jair Bolsonaro foi internado e pode passar por cirurgia de emergência, está de malas prontas para viajar a Angola.

O general da reserva vai representar o governo brasileiro no encontro da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, que ocorre nos dias 16 e 17 de julho no país africano.

A viagem já estava marcada. Com as complicações do estado de saúde de Bolsonaro, no entanto, cogitou-se que o vice-presidente permaneceria no Brasil, visto que a principal função de seu cargo é substituir o chefe do Executivo quando esse estiver indisponível, como é o caso atual.

À Fórum, a assessoria de imprensa de Mourão confirmou que a viagem está mantida e que ele embarca nas próximas horas.

Enquanto isso, Bolsonaro está sendo transferido do Hospital das Forças Armadas (HFA), em Brasília, para um hospital particular de São Paulo (SP). Na capital paulista, o presidente passará por novos exames e será avaliada a necessidade de uma cirurgia de emergência.

Mais cedo, antes da confirmação que Bolsonaro seria transferido, Mourão disse que mandou mensagem ao presidente e minimizou: "Mandei mensagem, porque ele tá no hospital, com problema intestinal. Tá fazendo um procedimento normal, sem maiores problemas".

Internação e mensagem apelativa

Pouco após ser divulgada a informação de que Jair Bolsonaro, internado no Hospital das Forças Armadas (HFA) em Brasília, será transferido para São Paulo e poderá ser submetido a uma cirurgia de emergência, o presidente publicou uma postagem nas redes sociais em que tenta associar ao PSOL e ao PT a “tentativa de assassinato” pela facada que sofreu em 2018.

“Mais um desafio, consequência da tentativa de assassinato promovida por antigo filiado ao PSOL, braço esquerdo do PT, para impedir a vitória de milhões de brasileiros que queriam mudanças para o Brasil. Um atentado cruel não só contra mim, mas contra a nossa democracia”, escreveu, junto a uma foto que o mostra deitado na maca da unidade hospitalar.

Ao longo do texto, Bolsonaro falou em “desafio”, pediu orações e se demonstrou um tanto quanto preocupado com qual será o desfecho de sua nova internação, visto que pediu aos seus apoiadores para que “não desistam” de suas “cores” e “valores”.

“Peço a cada um que está lendo essa mensagem que jamais desista das nossas cores, dos nossos valores! Temos riquezas e um povo maravilhoso que nenhum país no mundo tem. Com honestidade, com honra e com Deus no coração é possível mudar a realidade do nosso Brasil. Assim seguirei!”, afirmou.

Confira a íntegra aqui.

Obstrução intestinal

O Ministério das Comunicações, comandado por Fábio Faria, divulgou nota na tarde desta quarta-feira (14) informando que o presidente Jair Bolsonaro será transferido para um hospital de São Paulo, onde passará por exames complementares e pode ser submetido a uma cirurgia de emergência.

O chefe do Executivo deu entrada no Hospital das Forças Armadas (HFA), em Brasília, após sentir fortes dores e passar mal durante a madrugada. Na unidade de saúde, o presidente foi diagnosticado com uma obstrução intestinal.

Há mais de uma semana que Bolsonaro vem tendo crises de soluço e apresentando comportamento estranho, o que deu margem para especulações sobre seu real estado de saúde.

A obstrução intestinal foi constatada após a chegada, no HFA, do cirurgião Antonio Luiz Macedo. Ele foi o responsável pelas intervenção cirúrgica após o episódio do atentado a faca que Bolsonaro sofreu durante a campanha eleitoral de 2018.

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