Carlos Siqueira, presidente nacional do PSB, um dos principais partidos de oposição ao governo Jair Bolsonaro, afirmou que o pré-candidato da sigla à Prefeitura de São Paulo, Márcio França, não fará uma aliança com o presidente. O dirigente chegou a se dizer constrangido de ter de responder uma pergunta sobre a possibilidade e eventual acordo de apoio e descarta a possibilidade, mesmo um apoio informal.
"Conheço tão bem Márcio França que não vislumbro ele fazendo campanha com Bolsonaro, sinceramente. Ele vai fazer a campanha dele. Com Bolsonaro, não. Ele sabe que somos um partido de oposição e ele vai fazer a campanha dele e apresentar soluções para São Paulo. Somos um partido de 73 anos, de uma longa história, que não deveria deixar margem de dúvida nenhuma a esse respeito, me causa até constrangimento ter que responder isso.", afirmou o presidente do PSB, ao jornal Folha de S.Paulo.
De acordo com Siqueira, o encontro entre o pré-candidato e Bolsonaro, no início do mês, foi apenas para discutir esforços para o envio de ajuda humanitária ao Líbano e não há "relação política". A mulher de França é de origem libanesa. Ele teria informado previamente sobre o PSB e Carlos Lupi, presidente nacional do PDT, que integra a coligação na capital.
No entanto, França tem feito elogios a pontos específicos do governo, de olho nos votos dos bolsonaristas que se opõem ao governador João Doria (PSDB). O posicionamento do pré-candidato diverge da atuação do PSB em Brasília, que já chegou a protocolar um pedido de impeachment contra o presidente.
"Em Sao Paulo a eleição é paulistana, não é nacional. Bolsonaro não está em questão. Quem está em questão é o tucanato. E há um histórico de disputa entre eles. Ele [Doria] levou a melhor na capital, com grande diferença, de modo que é natural que ele tenha a estratégia de polarizar com seu principal adversário", completou.