Pressionado por protestos, Lenín Moreno cede e revoga alta dos combustíveis

Expectativa é que medida amenize o cenário turbulento do país

Foto: Fernanda Gallardo/Voces Ecuador
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O presidente do Equador, Lenín Moreno, decidiu revogar o decreto que retirava o subsídio aos combustíveis e previa uma alta de até 123%. Decisão veio após conversa com líderes indígenas, que ameaçaram continuar os protestos caso a decisão não fosse revogada. Moreno disse que deverá substituir o decreto 883 por um novo texto, a ser redigido por uma comissão, que foi formada na noite deste domingo (13). Antes da decisão que deve amenizar o cenário turbulento, o Equador viveu um dia de incerteza. Indígenas e governo começaram a dialogar no fim da tarde, ou início da noite no Brasil, num local próximo à capital Quito. Com a cidade militarizada, o acesso à reunião estava restrito, sem permissão de participação da imprensa. Moreno havia sido pressionado pelo líder indígena Jaime Vargas, que disse que o grupo não continuaria conversando e seguiria os protestos, que já duram 11 dias, caso o decreto não caísse. Para os indígenas, a derrubada do decreto era item essencial para seguir conversando. Anteriormente, Moreno se posicionava de forma irredutível e chegou a decretar estado de exceção para conter os protestos. Com o avanço das mobilizações, que envolve estudantes, indígenas e trabalhadores de diversos segmentos, o presidente teve que recuar. Por conta dos protestos, segundo a Defensoria do Povo, de 3 a 12 de outubro há registros de 6 mortos, 937 feridos e 1121 presos políticos. Movimentos sociais indicam que 86 pessoas estão desaparecidas. Confira a declaração de Moreno no Twitter: https://twitter.com/Lenin/status/1183578963714674689