Estudo da Prevent Senior com cloroquina é comparado a práticas nazistas nas redes

Escândalo revelado pela GloboNews com base em dossiê da CPI do Genocídio gerou grande repercussão

Sede da Prevent Sênior em São Paulo (Divulgação)
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As graves revelações feitas contra a Prevent Sênior, acusada de manipulação em estudo com o uso da cloroquina contra a Covid-19, geraram grande repercussão nas redes sociais. A atuação do plano de saúde foi comparada com práticas nazistas.

Informações divulgadas nesta quinta-feira (16) pela GloboNews com base em dossiê feito pela CPI do Genocídio revelam que a Prevent Sênior ocultou mortes de pacientes com e sem o diagnóstico de Covid-19 que participaram de estudos sem base científica feitos para apontar uma suposta eficácia dos remédios do “kit covid”, como a hidroxicloroquina e a azitromicina.

Segundo o vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), o dossiê mostra que a Prevent agiu em conluio com o presidente Jair Bolsonaro. “O documento informa que a disseminação da cloroquina e outras medicações foi resultado de um acordo entre o governo Bolsonaro e a Prevent. Segundo o dossiê, o estudo foi um desdobramento do acordo. Ouvir a Prevent continuará em nossa agenda”, escreveu no Twitter.

Diretor-executivo da rede, Pedro Batista Júnior estava convocado para prestar depoimento à comissão nesta quinta-feira, mas não compareceu. Em nota, a Prevent classificou as denúncias como "fake news".

Em seu perfil no Twitter, o médico e advogado sanitarista Daniel Dourado classificou a atuação da Prevent como "o maior escândalo médico da história do Brasil". "Esse episódio da Prevent Sênior tem que ser investigado e o envolvimento com o governo Bolsonaro precisa ser esclarecido. É gravíssimo", cobrou.

A médica e influenciadora digital Thelma Assis, campeã do BBB20, se chocou com o caso. "Estou em Choque com a Prevent Sênior. Eu pago esse convênio há quase 10 anos para minha mãe. Estou nesse momento cancelando o plano", tuitou.

O deputado federal Alexandre Padilha (PT-SP), ex-ministro da Saúde, disse à Fórum que vem denunciando "há 1 ano esta combinação macabra entre charlatanismo e agressão a ética em pesquisa. "Em nome do lucro e do bolsonarismo, desprezaram a vida de milhares de pessoas", lamentou. "O CONEP, na época, mandou cancelar o estudo", lembrou.

Praticas nazistas na Prevent

A jornalista Chloé Pinheiro, que atua na área de saúde, classificou a atuação da Prevent como "muito escabrosa, nível Mengele mesmo". Pinheiro conversou com um ex-funcionário do plano e destacou no Twitter que "coordenadores acompanhavam as prescrições do kit Covid, como num esquema de meta a ser batida numa loja. Quando o médico prescrevia menos ou não prescrevia, era chamado para conversar e pressionado a mudar de conduta". "Na enfermaria, os pacientes viravam cobaias", afirmou.

A jurista Luciana Boiteux disse que Mengele "se orgulharia" da Prevent. "Temos que derrubar Bolsonaro e defender a saúde pública urgente! Inacreditável a atitude da Prevent Senior com seus pacientes idosos, tratados como cobaias com medicamentos sem eficácia para Covid. Josef Mengele se orgulharia da empresa", tuitou.

"Pesquisa com vidas humanas sem consentimento delas é reedição do nazismo", afirmou o economista Eduardo Moreira.

Conhecido como "Anjo da Morte", Josef Mengele foi criminoso de guerra e médico nazista responsável por experimentos humanos em prisioneiros dos campos de concentração do Reich de Adolf Hitler.

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