Produtora de Feliciano divulga vídeo em defesa do deputado

Empresa, que também trabalha para Silas Malafaia, amparou seus clientes e após mostrar o beijo das garotas pergunta: "E aí, quem são os intolerantes?”

Vídeo mostra o momento do beijo entre as jovens (Foto: Reprodução/Youtube)
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Empresa, que também trabalha para Silas Malafaia, amparou seus clientes e perguntou: "E aí, quem são os intolerantes?”

Por Igor Carvalho

[caption id="attachment_31464" align="alignleft" width="300"] Quando se clica em "Clientes" da produtora, é possível ver na lista os pastores Silas Malafaia e Marco Feliciano (Foto: Reprodução)[/caption]

Na noite da última quarta-feira (18), a produtora WAPTV Comunicação, que tem entre seus clientes os pastores Silas Malafaia e Marco Feliciano, que também é deputado federal, divulgou um vídeo em que defende a versão do deputado para a prisão de duas jovens que se beijaram durante um culto conduzido pelo parlamentar.

A produtora, contratada para produzir o vídeo, saiu em defesa de seus clientes e tentou amparar a tese de que o ambiente é fechado, apesar de ser possível ver nas imagens o ambiente no entorno de onde foi montada o palco, na Rua da Praia. Além disso, o vídeo tenta justificar a prisão das jovens, que teriam sido agredidas pelos agentes da Guarda Civil Metropolitana (GCM).

Antes mesmo da entrada de Feliciano o apresentador do evento, já prevendo que poderiam haver protestos por conta da presença do deputado, lê o artigo 208 do Código Penal, que prevê pena de detenção de um mês a um ano ou multa ao cidadão que “zombar de alguém publicamente por motivo de crença ou função religiosa e impedir ou perturbar cerimônia ou prática de culto religioso”.

[caption id="attachment_31465" align="alignright" width="300"] Vídeo mostra o momento do beijo entre as jovens (Foto: Reprodução/Youtube)[/caption]

No vídeo é possível ver o momento em que Joana Palhares e Yunka Mihura se beijaram. Enquanto isso, Feliciano falava com os fiéis. O deputado interrompe seu discurso e imediatamente ordena a prisão das jovens, sendo prontamente obedecido pelos agentes da GCM, que sequer contestam o motivo da abordagem.

Em entrevista à Fórum o presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB-SP, Martim de Almeida Sampaio condenou a prisão das jovens e lembrou que “poderiam ter dado voz de prisão ao pastor por abuso de autoridade”, caso tivessem conhecimento sobre o Código Penal.

Ao final do vídeo, depois de oferecer amplo espaço para a defesa de Feliciano, a produtora pergunta: “E aí, quem são os intolerantes?”. 

Confira o filme: