Professores se reúnem com secretário de Educação para pedir suspensão de aulas na capital paulista

Sindicato afirma que há 116 escolas com casos de Covid-19 na rede municipal de SP; profissionais criaram página nas redes para denunciar a falta de estrutura para receber os alunos e garantir a segurança sanitária

Foto: Agência Senado
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O Brasil tem registrado os piores índices de mortes e infecções pela Covid-19 desde o início da pandemia. Nesta terça-feira (2) o país bateu o recorde de vítimas com 1.641 mortes, mas, mesmo diante da pior onda pandemia do coronavírus no Brasil e da explosão de casos nas escolas de São Paulo, o governo do estadual e municipais relutam em suspender as aulas presenciais.

Diante deste cenário, professores da rede municipal de ensino da cidade de São Paulo defendem a suspensão das aulas presenciais, pois, as escolas não têm estrutura para receber os alunos e garantir a segurança sanitária de todos.

Segundo uma fonte que conversou com a Fórum, mas preferiu não se identificar, está marcado para esta quarta-feira (3), às 11h, uma reunião dos sindicatos dos profissionais da educação com o secretário municipal de educação, Fernando Padula Novaes.

De acordo com a fonte ouvida pela Fórum, "uma boa parte acha que pode sair a suspensão" das aulas. Já na rede estadual, há uma expectativa de que o governador João Doria (PSDB) coloque São Paulo na fase vermelha - a mais restrita de todas -, porém, alguns profissionais apontam que, mesmo na fase vermelha, as aulas presenciais podem ser mantidas.

Casos de Covid-19 nas redes municipal e estadual

De acordo com dados do Sindicato dos Servidores Municipais de São Paulo (Sindsep), 116 escolas registraram casos de coronavírus. O levantamento revela que 335 pessoas, entre alunos e trabalhadores, foram contaminadas e dois óbitos confirmados decorrentes da Covid-19.

A Secretaria Municipal de Educação, porém, confirma que apenas 12 escolas registram casos e tiveram as aulas suspensas. Do outro lado, os trabalhadores municipais apontam, para uma subnotificação, pois, segundo denúncia dos trabalhadores da educação, os profissionais da educação é que arcam com o custo dos testes para Covid-19 sem qualquer auxílio do Estado.

O Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) também está fazendo um acompanhamento dos casos de Covid-19 nas escolas. Na primeira quinzena do retorno às aulas, em fevereiro, foram registrados 77 casos, mas, este número já deu um salto e hoje, de acordo com o monitor da Apeoesp, a rede estadual possui 1730 casos em 803 escolas.

Contrariando a orientação oficial do governo Doria, o secretário estadual de Saúde, Jean Gorinchteyn, se posicionou pela suspensão das aulas presenciais, pois, afirmou que a locomoção dos estudantes e dos profissionais ajuda na locomoção do vírus.

Escolas Sem Luto

Profissionais da rede pública de educação de São Paulo montaram uma página no Facebook onde relatam as faltas de estrutura para receber os alunos e os casos diários de Covid-19 entre alunos e trabalhadores.


São várias postagens onde relatam escolas com explosão de casos de coronavírus e mortes de profissionais. A ferramenta visa pressionar para que as aulas presenciais sejam suspensas.