Programas de abstinência sexual não funcionam, indica estudo

Campanhas como a do anel prateado nos Estados Unidos que pedem que jovens não pratiquem sexo são pouco eficazes, aponta levantamento com 15 mil jovens da Universidade de Oxford.

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Campanhas como a do anel prateado nos Estados Unidos que pedem que jovens não pratiquem sexo são pouco eficazes, aponta levantamento com 15 mil jovens da Universidade de Oxford. Por Redação Foto: Silver Ring Thing Foto: Silver Ring ThingPesquisa de uma equipe da Universidade de Oxford avaliou os resultados de 13 estudos que totalizam 15 mil jovens de dez a 21 anos sobre os efeitos de campanhas e programas de abstinência sexual. A conclusão é de que elas não têm impacto nem negativo nem positivo sobre a incidência de doenças sexualmente transmissíveis. O artigo foi publicado na British Medical Journal. Sete dos estudos envolviam programas de abstinência e o restante de educação sexual e uso de preservativos, todos em países desenvolvidos. Em 2006, análise semelhante foi realizada em países em desenvolvimento, e chegaram a conclusões semelhantes, afirma o texto. Nos Estados Unidos e na Grã-Bretanha esse tipo de programa é aplicado e conta com apoio de setores conservadores e ligados a grupos religiosos. O governo de George W. Bush atualmente destina um terços dos recursos no combate ao vírus HIV a programas desse tipo. O mais conhecido foi o movimento do anel prateado (Silver Ring Thing), surgido nos Estados Unidos. O objetivo é fazer com que os jovens esperem o casamento para a primeira relação sexual. A comparação é entre jovens envolvidos em programas de abstinência e outro que envolvia educação sexual. Nenhum dos programas de abstinência teve impacto sobre a idade em que os jovens tiveram a primeira relação sexual, sobre praticar sexo sem camisinha, número de parceiros, incidência de infecções transmitidas sexualmente ou gravidez. Kristen Underhill, que liderou o estudo, aponta que as conclusões sobre a falta de eficiência devem ser levadas em conta na definição da alocação de verbas públicas em todo o mundo. Um dos aspectos criticados é que ao propor que o jovem não pratique sexo, as ações deixam de apresentar formas de se evitar uma gravidez não-planejada ou de contaminação de doenças. Outro aspecto é que esse tipo de ação não atinge os jovens que já têm relações sexuais. (Com informações do British Medical Journal, em inglês)