PSOL solicita convocação de Regina Duarte para esclarecer defesa da ditadura

Para parlamentares do partido, secretária da Cultura atenta contra a Constituição e deixa profissionais do setor desamparados durante a pandemia

Foto: Reprodução TV Globo
Escrito en POLÍTICA el

A bancada do PSOL na Câmara dos Deputados protocolou na noite desta quinta-feira (6) um requerimento de convocação de Regina Duarte para, por meio de sessão virtual, prestar esclarecimentos sobre a sua defesa da ditadura militar brasileira.

Em entrevista à CNN Brasil, na tarde desta quinta, a secretária especial de Cultura do governo Jair Bolsonaro relativizou as mortes ocorridas no período da ditadura e minimizou a censura e as torturas ocorridas no período. A secretária também se irritou com a exibição de uma crítica da atriz Maitê Proença.

O texto do requerimento destaca ainda que em nenhum momento a Regina Duarte se posicionou sobre a drástica redução da fonte de renda dos artistas diante a pandemia de coronavírus, não trabalhando para garantir renda e dignidade aos artistas.

Para a líder do PSOL na Câmara, deputada Fernanda Melchionna (RS), ao relativizar a ditadura militar na TV, a secretária atentou contra a democracia, a Constituição e os tratados internacionais de direitos humanos assinados pelo Brasil.

“É leviana, irresponsável e, inclusive, debochada a fala da secretária Regina Duarte diante das mortes, assassinatos e desaparecimentos do regime militar no Brasil. Nós queremos cobrar essa postura irresponsável, que contaria os princípios da democracia, tratados firmados e a própria Constituição. Além disso, espanta que ela não tenha mencionado na entrevista para a CNN sobre a situação gravíssima que hoje vive o país diante da pandemia. Infelizmente nós estamos enterrando pessoas a centenas. A classe artística que ela deveria representar perdeu grandes nomes essa semana vítimas desse vírus. Além disso, dos 5.600.000 que trabalham com arte no Brasil estão passando muitas dificuldades financeiras. Diante de um quadro de dor que vivemos hoje e dos crimes contra a humanidade cometidos no passado que não se pode tolerar a postura da secretária”, declarou Melchionna.