"Qualquer resposta do Irã vai afetar o barril pra cima", alerta diretor do sindicato de petroleiros

Em debate no Fórum Sindical, Tadeu Porto alerta sobre os impactos que o conflito entre o Irã e Estados Unidos pode trazer ao mercado do petróleo no mundo

Exploração de petróleo no Irã (Foto: AlJazeera)
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Durante debate no Fórum Sindical desta quinta-feira (9), o diretor do Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro-NF), Tadeu Porto, alertou sobre os impactos que o conflito entre o Irã e Estados Unidos pode trazer ao mercado do petróleo no mundo. Para ele, qualquer contra-ataque iraniano pode provocar aumento no preço dos barris. "Muito provavelmente os EUA vão responder com sanções econômicas. O Irã, que obviamente está com a população mobilizada contra os EUA e preparado para em uma eventual disputa, vai responder de alguma maneira. E qualquer resposta do Irã vai afetar o barril pra cima. Não tem muito segredo. Na verdade, já tem uma crise do petróleo sendo desenhada e não é de agora", alertou. A partir deste contexto, Porto explica que o controle nacional sobre o petróleo, assim como de seu mercado, é uma das saídas que o Brasil deve adotar para evitar uma crise maior. "Vai aumentar o preço da gasolina, vai aumentar o preço do diesel se o governo não intervir, o Brasil pode entrar numa crise como a greve dos caminhoneiros. Os petroleiros estão preparados para isso", continuou.
O Irã tem atualmente o quarto maior depósito comprovado do mundo de petróleo bruto, e as segundas maiores jazidas de gás natural do planeta. Para Tadeu, este é o grande pano de fundo do conflito entre o país e os Estados Unidos. "Certamente, fora do teatro institucional e dentro das condições materiais, o petróleo é o grande pano de fundo", afirma, acrescentando que o Irã também tem um poder muito grande na logística do petróleo, através do estreito de Ormuz, que faz divisa com os Emirados Árabes.
A Petrobras suspendeu nesta quarta-feira (8) a rota de navios que passariam pelo estreito, por conta do acirramento do conflito no local. A empresa saudita de transporte de petróleo Bahri também suspendeu a passagem de navios pelo estreito. Cerca de 20% da produção mundial de petróleo passa pela região.
Confira:
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