Quarenta sacos fúnebres são levados ao Comitê da Olimpíada em ato contra violência policial

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Só no último mês, quarenta pessoas foram mortas pela polícia do Rio de Janeiro. Ao todo, desde quando a cidade foi escolhida como sede dos Jogos Olímpicos, 2.600 pessoas já foram assassinadas pela PM Por Victor Labaki Ativistas realizaram nesta quarta-feira (27) um ato simbólico em frente  a sede do Comitê Organizador da Olimpíada, no centro do Rio de Janeiro, para pressionar os governos estaduais e federal a prevenirem as violações aos direitos humanos e para colocarem um fim nas execuções policiais. Quarenta sacos fúnebres foram colocados em frente a sede do COB para representar as quarenta pessoas que foram mortas pela polícia do Rio de Janeiro somente no último mês. Ao todo, desde quando a cidade foi escolhida como sede dos Jogos Olímpicos, 2.600 pessoas já foram assassinadas pela polícia do estado. O Comitê Organizador Local (COL) integra a Comissão de Segurança para a Rio 2016. Juntamente com a Secretaria de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro e o Ministério da Justiça. O COL responde pelas operações de segurança pública relativas ao período pré, durante e pós Jogos. “O Comitê Organizador Local, encarregado do megaevento, tem responsabilidade compartilhada sobre as operações de segurança e consequentes violações de direitos humanos praticadas por agentes do estado no contexto da realização dos Jogos”, afirma Atila Roque, Diretor Executivo da Anistia Internacional. Desde o final de abril, a Anistia Internacional vem alertando sobre o aumento dos riscos de violações de direitos humanos no contexto da Olimpíada, como já ocorreu em outros mega eventos esportivos como a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos PanAmericanos de 2007. No ano da Copa, os homicídios cometidos pela polícia aumentaram 40% no estado do RJ. “O Brasil não aprendeu com os erros do passado. Apenas no mês de maio, 40 pessoas foram vítimas de homicídios praticados pela polícia, um aumento de 135% em relação ao mesmo período em 2015. Estes índices são inaceitáveis e comprometem de forma irreversível o legado olímpico”, afirma Renata Neder, assessora de direitos humanos da Anistia Internacional. Foto de Capa: Felipe Varanda/Anistia Internacional