Senador Randolfe diz ter sido agredido por Bolsonaro em visita à antiga sede do Doi-Codi

"Eu ficaria com vergonha de ter dado um soco nele e não o ter nocauteado”, rebate deputado

Momento da entrada da Comissão foi quando ocorreu a briga entre os parlamentares (Foto: Divulgação/Facebook)
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"Eu ficaria com vergonha de ter dado um soco nele e não o ter nocauteado”, rebate deputado [caption id="attachment_31762" align="alignleft" width="300"] Momento da entrada da Comissão foi quando ocorreu a briga entre os parlamentares (Foto: Divulgação/Facebook)[/caption] Por Igor Carvalho

O senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) afirmou que foi vítima de uma agressão do deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) nesta segunda-feira (23), após visita ao Doi-Codi da Tijuca, zona norte do Rio de Janeiro.

A visita foi agendada pela Comissão Nacional da Verdade (CNV) em parceria com a Comissão Estadual da Verdade do Rio de Janeiro (CEV-RJ). A assessoria de imprensa do senador confirmou a agressão e afirmou que já há imagens sobre o momento do soco, que serão divulgadas até o final do dia.

Em entrevista à Fórum, Bolsonaro negou a agressão. “Eu apenas o empurrei. Ele não tem autoridade nenhuma para dizer quem pode ou não entrar num prédio militar”. O deputado afirmou que "ficaria com vergonha de ter dado um soco nele [Randolfe Rodrigues] e não o ter nocauteado.”

Uma discussão entre os parlamentares começou logo na entrada do prédio. Jair Bolsonaro, que não foi convidado por nenhuma das duas comissões, queria entrar no local e participar do debate sobre o futuro do prédio. Rodrigues informou ao senador que sua entrada não era permitida.

Bolsonaro afirmou que como membro da Comissão de Direitos Humanos e Minorias teria direito de acessar o local. O deputado ainda conseguiu entrar no prédio, porém não pode seguir na comitiva e teve que ficar isolado, para trás. 

O intuito da visita era verificar a possibilidade de transformar o prédio, que já serviu ao Doi-Codi, em um centro de memória da ditadura militar. O mesmo foi feito em São Paulo, na antiga sede do Departamento de Ordem Política e Social (Dops), onde funciona, hoje, o Memorial da Resistência. Bolsonaro, em defesa ao período militar, afirmou que a CNV "não irá conseguir apagar a memória do país. Eles querem acabar com a nossa história, mas não vão conseguir."