Por associar youtuber a pedofilia, Record é condenada a pagar R$ 50 mil

O influenciador Maicon Kuster teve a sua imagem veiculada em reportagem que abordava o crime de pedofilia nas redes

Foto: reprodução redes sociais
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A Rede Record foi condenada pela Justiça de São Paulo a pagar indenização de R$ 50 mil por danos morais ao youtuber Maicon Kuster, pois, em reportagem o associou a pedofilia.

Em edição do programa "Domingo Espetacular", exibida em agosto do ano passado, foi apresentada uma reportagem sobre um suspeito de pedofilia que teria criado perfis falsos para se aproximar de suas vítimas.

Um dos perfis falsos apresentados pela matéria do "Domingo Espetacular" usava a foto de Kuster.

Em sua decisão, o juiz Marcelo Augusto Oliveira afirmou que "ao invés de ocular cuidadosamente essa imagem, a reportagem exibiu-a integralmente. Não há qualquer sombra de dúvida de que a imagem do autor [do processo] foi indevidamente associada à do verdadeiro suspeito pedófilo, sendo inequívoco o erro cometido [pela emissora]".

À época da exibição da reportagem, a Record pediu desculpas no dia seguinte e repetiu a retratação no próprio "Domingo Espetacular".

"O Domingo Espetacular trouxe a denúncia no último final de semana, mas uma das fotos manipuladas acabou saindo sem o rosto borrado, expondo uma pessoa que não era o suspeito. A imagem pertencia, na verdade, ao influenciador digital e humorista Maicon Kuster".

O youtuber Maicon Kuster possui um canal com 3,16 milhões de inscritos e produz conteúdo para crianças e adolescentes. A imagem utilizada pelo perfil falso é a do seu personagem Lorenzo, que usa uma peruca loira.

Em sua defesa, a emissora afirmou que "noticiou os fatos da forma que se sucederam, sem, contudo, incriminar, associar ou vincular o youtuber a qualquer atividade criminosa.

O canal ainda diz que o nome de Kuster não foi mencionado na reportagem e que a imagem que aparecem "mal dá para perceber" que é dele.