Reestruturação do BB é "cortina de fumaça" para encobrir intenções privatistas, diz associação de funcionários

Funcionários pedem reunião de urgência com o presidente do Banco do Brasil, André Guilherme Brandão, para rever medidas de fechar 361 unidades e demitir 5 mil funcionários

Jair Bolsonaro e André Brandão, presidente do Banco do Brasil (Foto: Alan Santos/PR)
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Após anúncio de "reestruturação", que vai fechar 361 unidades e forçar a demissão “voluntária” de 5 mil funcionários, funcionários do Banco do Brasil buscam abrir um canal de diálogo com a direção, solicitando uma reunião de urgência com o presidente da instituição, André Guilherme Brandão.

Em carta a Brandão - substituto de Rubem Novaes, que deixou a presidência do banco reclamando da dificuldade de privatizar -, a Associação Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil (ANABB) afirma que "as medidas transmitem uma percepção de "cortina de fumaça" para encobrir as intenções privatistas em torno do BB".

"Uma forma de se desfazer de patrimônio público é ir, gradativamente, enfraquecendo as empresas e comprometendo seu desempenho. A ANABB entende que o esvaziamento do BB e o enfraquecimento de sua atuação em áreas chave de negócios comprometem sua solidez e seu papel de banco público", diz a carta.

Segundo a associação, a ação do governo Jair Bolsonaro vai na contramão "do papel histórico e institucional do Banco do Brasil na economia brasileira sobretudo em situações de estagnação econômica e de desafios para a retomada do desenvolvimento".

"Em virtude da complexidade das medidas anunciadas, sem transparência e sem discussão prévia com os funcionários e com as comunidades atingidas, a ANABB reivindica revisão das medidas anunciadas, de forma a preservar não só os interesses dos acionistas, mas também de toda a sociedade", diz a carta, assinada pelo presidente a associação, Reinaldo Fujimoto.