O termo “renuncia” disparou entre os mais comentados do Twitter no Brasil nesta terça-feira (5). Foi a resposta, o pedido, a recomendação ou quase a ordem dos usuários ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido), depois que ele disse a apoiadores, na manhã desta terça, que “o Brasil está quebrado” e ele não consegue “fazer nada”.
Um dos apoiadores respondeu para ele ter “fé em Deus”. Mas o conselho da internet foi bem diferente. A avalanche de comentários pedindo para Bolsonaro sair fez a rede registrar mais de 75 mil usuários falando do tema ao mesmo tempo.
Em um dos pedidos mais argumentados, a escritora Lola Aronovich disse:
“O pior presidente da história do país e o pior líder do mundo no que se refere ao combate à Covid chora que ‘o Brasil está quebrado e eu não consigo fazer nada’. Nós temos uma sugestão, capetão genocida: RENUNCIA”.
Já outro usuário foi mais direto: “Você poder fazer sim, Jair. Renuncia.”
Outro internauta questionou o que ele prosseguia fazendo no cargo: “Tá fazendo o que na presidência então, gastando dinheiro do cartão corporativo e salvando o filho da cadeia? Pare de atrapalhar o povo e renuncia então.”
Até uma usuária que se define em seu perfil como “neoliberal, centro-direita” e apoiadora da Lava-Jato engrossou o coro:
A cientista social Thais Lima usou a palavra adeus em vários idiomas para se fazer entender:
“Até logo, até mais ver, bon voyage, arrivederci, até mais, adeus, boa viagem, vá em paz, que a porta bata onde o sol não bate, não volte mais aqui, hasta la vista baby, escafeda-se, e saia logo daqui!!! Se não pode fazer nada, RENUNCIA!!!”
Só que teve quem considerasse que o ato seria “digno” demais para que o titular do Planalto o leve adiante:
A declaração
A fala de Bolsonaro foi feita na manhã de terça. Na primeira conversa de 2021 com apoiadores na porta do Palácio da Alvorada, o presidente explicitou o que os dados econômicos já revelam: ele e o ministro da Economia, Paulo Guedes, quebraram o Brasil.
“O Brasil está quebrado, chefe. Eu não consigo fazer nada. Eu queria mexer na tabela de Imposto de Renda. Tem esse vírus potencializado por essa mídia que nós temos aí. Essa mídia sem caráter que nós temos. É um trabalho incessante de tentar desgastar para retirar a gente daqui para voltar alguém para atender os interesses escusos da mídia”, disse Bolsonaro, culpando a mídia pelas mais de 196 mil mortes pelo coronavírus.
Provavelmente ele considera que as aglomerações de apoiadores sem máscara e desafiando as medidas sanitárias para diminuir a transmissão do novo coronavírus não têm influência. Mas devia consultar os dados do Ministério da Saúde de seu governo para descobrir os números não potencializados: além das mais de 196 mil mortes, há mais de 7,7 milhões de brasileiros que já foram infectados pelo Sars-Cov-2.
Veja o vídeo.