Revista Veja agora vê lado político de Moro e diz que ex-juiz da Lava Jato é "candidato em construção"

A revista diz que Moro tem mantido uma série de encontros com "empresários de alto calibre avessos à gestão Bolsonaro" e cita um encontro fora da agenda com a "família Marinho, dona do Grupo Globo"

Sergio Moro em ato em Goiânia (Foto: Isaac Amorim/ MJSP)
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Depois de anos sustentando a "imparcialidade" e criando a figura do "juiz herói", a revista Veja finalmente se tocou sobre o que realmente Sergio Moro é: um político. Na edição que chega as bancas nesta sexta-feira (29), a Veja chama Moro de "um candidato em construção" e diz que, desde agosto, o ex-juiz tem uma "consultoria informal de imagem". "Abandonou as camisas escuras que foram sua marca enquanto juiz da Lava-Jato, deixou de lado o palavreado empolado, recheado de “excelências” e “escusas”, e começou a bater ponto em reuniões com políticos e bancadas partidárias", diz a reportagem citando reuniões do ministro com mais de quarenta parlamentares das bancadas de PSDB, PSD, PSL, Novo e Cidadania - nenhuma sigla do campo progressista. A revista diz ainda que Moro tem mantido uma série de encontros com "empresários de alto calibre avessos à gestão Bolsonaro" e cita um encontro fora da agenda com a "família Marinho, dona do Grupo Globo". “Se tudo der errado, ele vai virar vítima do sistema e poderá alegar que a única forma de enfrentar esse sistema é ser o presidente”, disse a revista, em off, um dos assessores do ministro. "Beija mão" Moro teria aderido, segundo a revista, à velha estratégia "beija mão" dos políticos em visitas a diversas cidades do país. No último dia 18, em Rio Branco, no Acre, socorreu uma senhora de 70 anos que, a postos para uma selfie com ele, passou mal e ameaçou desmaiar. Na mesma cidade, abraçou uma adolescente excepcional que, aos prantos, furou o esquema de segurança para conhecê-lo e atendeu, um a um, os vereadores que se aglomeravam com pedidos. “Acho que ele está sendo contaminado por essa bactéria da política”, diz o senador Sérgio Petecão, que o acompanhou na viagem ao Acre.

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