Ricardo Salles aproveita pandemia e "passa boiada" no Projeto Tamar

Ministro do Meio Ambiente do governo Jair Bolsonaro desativa três bases do programa de conservação de tartarugas

Jair Bolsonaro e Ricardo Salles - Foto: Allan Santos/PR
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O Ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, parece estar seguindo o seu plano de "passar a boiada". O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), subordinado ao ministério, extinguiu três bases avançadas do Projeto Tamar, de conservação de tartarugas marinhas, em Camaçari (BA), Parnamirim (RN) e Pirambu (SE).

A portaria determina que as bases avançadas dos centros nacionais de pesquisa e conservação, o que não inclui somente o Tamar, seguirão ativas apenas se houver comprovação da necessidade de ações de pesquisa e conservação conduzidas durante todo o período do ano.

Essa necessidade deverá ser comprovada por meio dos projetos de pesquisa ou de conservação e de planos de trabalho, que precisam ser aprovados pela Diretoria de Pesquisa, Avaliação e Monitoramento da Biodiversidade do ICMBio.

A unidade de Sergipe foi a primeira unidade do Tamar no país.

Na fatídica reunião de 22 de abril, Salles afirmou que o governo deveria aproveitar que a imprensa está ocupada com a cobertura do coronavírus e “ir passando a boiada”, no sentido de enfraquecer a legislação de proteção ambiental.

Os senadores Fabiano Contarato (Rede-ES) e Jaques Wagner (PT-BA) fizeram uma representação ao Ministério Público Federal e também apresentaram uma notícia crime à Procuradoria-Geral da República para que Salles seja investigado e afastado do cargo.

A gravação da reunião foi divulgada em inquérito do Supremo Tribunal Federal que apura a interferência do presidente Jair Bolsonaro na Polícia Federal para ter benefício particular.

Com informações do colunista Guilherme Amado, da revista Época