Rodrigo Maia vai falar com embaixador da China para tentar liberar insumos de vacina

Matéria-prima para imunizantes contra a Covid-19 está parada naquele país; Paulo Teixeira propõe delegação parlamentar para falar com diplomacia chinesa: “presidente não tem condições de negociar”

Foto: Maryanna Oliveira/Câmara dos Deputados
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O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), marcou uma audiência com o embaixador da China no Brasil, Yang Wamming, para falar do atraso no envio ao Brasil dos insumos para fabricar as vacinas contra a Covid-19 no Brasil. A informação é da jornalista Mônica Bergamo, da Folha de São Paulo.

Ataques sucessivos por parte de apoiadores, integrantes do governo Jair Bolsonaro (sem partido) e até do filho do presidente, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), dinamitaram as pontes com a diplomacia chinesa no país. Esse ataque do 03 a Wamming e novembro do ano passado é citado até por integrantes do alto escalão do governo Bolsonaro  como um dos que conturbaram a relação do país com a China e que, na avaliação deles, tem travado a importação de insumos para a produção das vacinas contra a Covid-19 no Brasil.

“O governo brasileiro interditou a relação com a China. Só fazem ataques ao embaixador. Agora está provada a importância do diálogo diplomático. Precisamos ao menos saber o que está acontecendo, qual é a razão de os insumos não chegarem ao Brasil”, disse Rodrigo Maia.

Na mesma linha, o deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP) disse que o Congresso Nacional precisa mandar uma delegação parlamentar para conversar com a diplomacia chinesa, exatamente para negociar a vinda dos IFAs. “O presidente não tem condições para negociar”, escreveu ele no Twitter.

https://twitter.com/pauloteixeira13/status/1351534097911455746

Atraso na entrega

O Instituto Butantan, que fabrica a Coronavac, só tem matéria-prima para envasar imunizantes até o final deste mês. Dimas Covas, diretor-presidente do instituto, disse nesta segunda-feira que um novo lote de matéria-prima está pronto para envio, mas parado na China, à espera de autorização do governo daquele país para ser enviado ao Brasil.

A campanha de vacinação que foi iniciada no domingo usa os 6 milhões de doses de Coronavac que o governo paulista tinha importado. Com o material disponível no país, o Butantan consegue completar a produção de mais 4,8 milhões de doses.

No caso da Fiocruz, a situação ainda é mais grave. A fundação, que vai fabricar as doses desenvolvidas pelo consórcio Oxford/AstraZeneca, não tem nenhum lote de IFA (Ingrediente Farmacêutico Ativo) no Brasil – eles também são importados da China.