Saída de Teich divide centrão e compromete apoio a Bolsonaro

Desfavorecido no ‘toma lá, dá cá’, Paulinho da Força atacou o presidente e PL intensificou negociação por cargos na Saúde

Jair Bolsonaro - Foto: Alan Santos/PR
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Um dos líderes do centrão, o deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força (Solidariedade-SP) divulgou nesta sexta-feira (15) uma nota criticando os "impulsos" do presidente Jair Bolsonaro na condução da crise do coronavírus, que levaram ao pedido de demissão do ministro da Saúde, Nelson Teich.

No Congresso, representantes do grupo já afirmam, nos bastidores, que será muito difícil apoiar Bolsonaro em meio à queda de popularidade. Em outra frente, no entanto, partidos como o PL também intensificaram as negociações para ocupar cargos no ministério.

"Saiu quem não tinha entrado. Hoje, o ministro da Saúde, Nelson Teich, pediu exoneração do cargo, mas, não sei se alguém percebeu, já não fazia diferença", disse Paulinho, que depois mirou o presidente.

"Duvido que alguém consiga fazer o presidente aprender com a ciência e perceber que reduzir o isolamento social é colocar mais brasileiros na fila de espera por uma vaga na UTI. O Brasil precisa de liderança, mas vai ser difícil encontrar um ministro que seja capaz de lidar, ao mesmo tempo, com a crise sanitária e com os impulsos de Jair Bolsonaro."

A avaliação é compartilhada por outros partidos do centrão. "Diante das imposições do presidente, só topará ser ministro da Saúde quem não tiver compromisso com a ciência e nem com a medicina. O pedido de demissão do ministro demonstrou que ele tem", afirmou o deputado Marcelo Ramos (PL-AM).

Com informações do jornal O Estado de S.Paulo