Sargento acusado de estuprar única sobrevivente da "Casa da Morte", na ditadura, vira réu

Inês Etienne Romeu realizou depoimento à Comissão da Verdade há sete anos; à época ela relatou ter sido sequestrada e estuprada pelo sargento reformado Antônio Waneir Pinheiro

Foto: Comissão da verdade
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O sargento reformado Antônio Waneir foi tornado réu e vai responder criminalmente pelo estupro de Inês Etienne Romeu, que foi presa política durante a ditadura militar.

Romeu é a única sobrevivente da "Casa da Morte" e falou à Comissão da Verdade há sete anos. Em seu depoimento, ela deu detalhes sobre a planta da casa, indicando cômodos onde os presos políticos eram torturados no imóvel que ficava em Petrópolis, região serrana do Rio de Janeiro.

Inês era militante da organização VAR-Palmares e foi acusada de participar, em 1969, do sequestro do embaixador da Suíça no RJ. Durante o ano de 1971, ela ficou 96 dias na "Casa da Morte". Quando saiu, a militante da VAR-Palmares denunciou que foi torturada e estuprada pelo sargento reformado Antônio Waneir Pinheiro de Lima, hoje com 77 anos.

Waneir se tornou réu no primeiro processo de estupro contra um militar por violações cometidas durante a ditadura e deve ir à julgamento na Justiça Federal, em Petrópolis.

Inês Etienne morreu há seis anos e, ao final de sua audiência na Comissão da Verdade, ela declarou que tinha a sensação de "missão cumprida".