SE: Vereadora vai à Câmara sem calcinha para protestar contra machismo

A atitude foi uma resposta às declarações de outro vereador, que afirmou que mulheres que tentam se casar sem roupa íntima deveriam “ganhar uma surra de couro cru e um banho de sal”.

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A atitude foi uma resposta às declarações de outro vereador, que afirmou que mulheres que tentam se casar sem roupa íntima deveriam “ganhar uma surra de couro cru e um banho de sal” Por Redação Nesta semana, a vereadora Lucimara Passos (PCdoB) fez um discurso diferente na Câmara Municipal de Aracaju (SE). Na última terça-feira (25), ela participou de uma sessão que debatia a violência contra as mulheres e desafiou o colega Agamenon Sobra (PP). “Vereador, eu vim trabalhar com um vestido mais curto. Eu, inclusive, trouxe a minha calcinha em meu bolso. Alguém pode me chamar de vagabunda? Alguém pode dizer que tenho de ser surrada?”, questionou. A atitude, segundo ela, foi em resposta a uma declaração feita por Agamenon sobre a notícia de uma noiva que teria sido impedida pelo padre de se casar por não estar usando calcinha. “Concordo plenamente com este padre. Ele deveria dar uma surra nela, mandava dar uma surra e um banho de sal. Vagabunda. Como ela vai à igreja para casar sem calcinha e ainda com um vestido transparente?”, ele argumentou durante seu discurso na Casa. Lucimara pediu investigação por quebra de decoro por parte do vereador e acusou a Câmara de ser conivente com a atitude criminosa de incitação à violência. “Triste é saber que nós, enquanto legisladores, tivemos o desprazer de ouvir, dentro dessa Casa Legislativa, um vereador estimular a violência, como fez o vereador Agamenon na semana passada, quando utilizou o espaço da Tribuna para rotular uma mulher de vagabunda e condená-la a uma surra por estar sem calcinha no seu casamento. Repetiu várias vezes que a mulher deveria ser surrada por ser vagabunda. Este foi um ato criminoso que merece punição”, criticou. Foto de capa: Acrisio Siqueira / Câmara Municipal de Aracaju