'Se virem. Não colaboro com inimigo', diz militar à Comissão da Verdade

O coordenador da Comissão, Pedro Dallari, classificou a atitude como uma “afronta” e vai pedir que Ministério da Defesa apure infração disciplinar.

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O coordenador da Comissão, Pedro Dallari, classificou a atitude como uma “afronta” e vai pedir que Ministério da Defesa apure infração disciplinar Por Redação O tenente do Exército José Conegundes do Nascimento foi convocado para depor à Comissão da Verdade, mas se recusou a comparecer à audiência. Ele atuou na repressão à Guerrilha do Araguaia e foi chamado para prestar depoimento na sede da Comissão, em Brasília. Porém, na última semana, devolveu o ofício com um recado por escrito: “Não vou comparecer. Se virem. Não colaboro com o inimigo”. Além de Conegundes, o general José Brandt Teixeira também se recusou a participar, alegando que, para atender ao pedido, as convocações deveriam partir do Comando do Exército. O coordenador da Comissão da Verdade, Pedro Dallari, classificou a atitude como uma “afronta” e disse que vai solicitar que o Ministério da Defesa apure eventual infração disciplinar por parte dos dois oficias da Reserva. Nesta semana, haverá uma nova convocação para oito militares que já se recusaram a prestar esclarecimentos sobre eventuais episódios de tortura cometidos por agentes do Estado durante a ditadura no Brasil. Três deles alegaram problemas de saúde e, por isso, está sendo avaliada a possibilidade de colher os depoimentos em casa. Nesta segunda-feira (8), havia as oitivas de cinco testemunhas marcadas, mas apenas o general de brigada Ricardo Agnese Fayad compareceu. Mesmo assim, permaneceu em silêncio, sem responder nenhum dos questionamentos feitos pela Comissão. Foto de capa: Divulgação