Secretário do Ministério da Saúde diz que Einstein voltou atrás em uso de cloroquina e hospital nega

Hospital orientou seus médicos a não indicar a substância no tratamento de coronavírus depois que estudos mostraram riscos

Bolsonaro com medicamentos à base de cloroquina - Foto: Reprodução
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O secretário-executivo do Ministério da Saúde, Elcio Franco, afirmou nesta segunda-feira (29) que o Hospital Israelita Albert Einstein, de São Paulo, voltou atrás na orientação para que médicos não prescrevam cloroquina ou hidroxicloroquina a pacientes com coronavírus.

A declaração foi dada em entrevista coletiva em Brasília. No entanto, pouco depois, o hospital negou a afirmação feita pelo número dois da pasta comandada interinamente pelo general Eduardo Pazuello. A utilização indiscriminada do remédio é uma obsessão do presidente Jair Bolsonaro.

O secretário-executivo havia sido perguntado se haveria alguma revisão sobre o uso da cloroquina, uma vez que o ministério sempre cita estudo e protocolo adotados pelo Einsten para justificar a aposta no remédio.

"Creio que sua informação [suspensão da indicação do medicamento] esteja equivocada, porque houve um desmentido do próprio Albert Einstein quanto ao uso a cloroquina", afirmou Franco.

"[O uso do remédio] é uma das possibilidades que se mostrou efetiva conforme as referências. Na Índia está sendo positivo o uso. Também está se mostrando efetivo com associação de outros medicamentos. O que se busca é preservar a autonomia do médico", completou.

Procurada pelo jornal Folha de S.Paulo, a assessoria do Einstein afirmou que a instituição "mantém a nota de sexta-feira (29)". Na nota, o Einstein orienta médicos ligados à instituição a não indicar cloroquina ou hidroxicloroquina a pacientes internados por causa do novo coronavírus.

Antes, os profissionais do hospital poderiam recomendar os medicamentos desde que os pacientes estivessem de acordo. Segundo o Einstein, a nova recomendação foi motivada pela decisão da FDA (agência que regula medicamentos nos Estados Unidos) de revogar a autorização de uso emergencial dos medicamentos em pacientes com a Covid-19 após uma série de estudos mostrarem a falta de benefício do uso do remédio.

Na coletiva desta segunda, os representantes do Ministério da Saúde destacaram que já foram distribuídas 4,3 milhões de unidades de cloroquina para os estados.

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