Segundo relatório do governo federal, 37% da água tratada é desperdiçada no Brasil

Em tempos de crise hídrica, mais de um terço da água potável se perde, sobretudo, por falhas nas tubulações; empresas de saneamento alegam que combate ao desperdício demanda "grandes investimentos".

Foto: Agência Brasil
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Em tempos de crise hídrica, mais de um terço da água potável se perde, sobretudo, por falhas nas tubulações; empresas de saneamento alegam que combate ao desperdício demanda "grandes investimentos" Por Redação* Cerca de 37% da água tratada para consumo no Brasil é desperdiçada, revelam dados do Sistema de Nacional de Informações de Saneamento Básico, do Ministério das Cidades. O relatório – a maior base de dados sobre o assunto no país – foi concluído em dezembro de 2014. Nele, foram inclusas informações referentes a dezembro de 2013. De acordo com o documento, a água se perde, sobretudo, devido a falhas nas tubulações. Fraudes e ligações clandestinas também atrapalham seu caminho. A tendência tem sido de queda no desperdício, mas isso tem acontecido muito lentamente. Em 2008, as perdas de água em todo o Brasil atingiam o nível dos 41,1%. No levantamento feito em dezembro de 2012, a taxa era de 36,9% – ou seja, em um ano, quase nada mudou. O índice atual, de 37%, ainda é extremamente alto em comparação aos de países desenvolvidos: em cidades da Alemanha, por exemplo, eles não ultrapassam os 7%. Outra informação relevante divulgada pelo relatório é que o volume de água perdido apenas na Grande São Paulo (levando em conta todas as represas) é equivalente à produção do Sistema Cantareira, um dos mananciais mais atingidos pela crise hídrica. No estado de São Paulo, o desperdício, ao fim de 2013, era da ordem de 34%. Na região metropolitana da capital, a proporção é próxima de 30%. Na contramão, as empresas de saneamento alegam que o combate ao desperdício demanda "grandes investimentos" em trocas de válvulas e encanamento. Além disso, explicam ser inviável zerar as perdas, já que os "investimentos em trocas no sistema não justificariam a economia feita". No entanto, especialistas defendem que, se essas taxas fossem menores, muitos reservatórios não sofreriam com a estiagem país afora. *Com informações da Folha de S. Paulo (Foto: Pedro França/Agência Senado)