Senado colombiano votará lei que permite reeleição de Álvaro Uribe

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O projeto de lei que poderá permitir a segunda reeleição do presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, será discutido em plenária pelo Senado amanhã, 14, com grandes chances de ser aprovado rapidamente.
Caso a medida seja ratificada, as autoridades deverão convocar um referendo sobre o tema. Como o Senado é amplamente dominado por setores alinhados ao presidente, espera-se que o aval seja dado em pouco tempo, talvez amanhã mesmo.
O debate sobre um possível terceiro mandato de Uribe, que chegou ao governo em 2002, teve início no ano passado, quando grupos simpáticos a ele começaram a recolher assinaturas para impulsionar uma nova mudança na Constituição. De lá para cá, mais de cinco milhões de firmas foram reunidas.
Para que pudesse concorrer ao segundo mandato, Uribe já fora beneficiado, em 2004, por uma outra emenda constitucional.
Desta vez, com as assinaturas em mãos, os promotores da campanha pela nova reeleição levaram, no dia 11 de setembro de 2008, um projeto de lei ao Legislativo. Em dezembro, o dispositivo foi aprovado pela Câmara dos Deputados, onde também a maioria é governista.
Após retornar do período de recessão, em 16 de março, o Congresso voltou a discutir o assunto, que agora chega ao Senado. Depois, bastará uma reunião final entre as duas casas parlamentares e o último aval da Corte Constitucional.
Sempre quando é questionado sobre a possibilidade de permanecer no poder, Uribe adota um tom evasivo. Diz que o mais importante é insistir no processo de pacificação do país iniciado por seu governo.
A oposição, porém, chama a atenção para as denúncias de violações dos direitos humanos, que teriam se intensificado durante os anos da gestão Uribe, quando as Forças Armadas ampliaram suas ações para combater grupos armados e narcotraficantes, muitas vezes afetando a população civil.
Cientes de que o projeto de lei deve passar com facilidade pelo Senado, os setores críticos ao governo já preparam uma campanha para um eventual referendo. A ideia é esvaziar a votação.
De acordo com uma pesquisa da consultoria Invamer Gallup divulgada no dia 8 de maio, 59% dos consultados disseram estar dispostos a participar do referendo e, desta porcentagem, 84% votarão a favor de Uribe.
O presidente possui um alto índice de popularidade, que beira os 70%, número expressivo para um governante que chega ao fim do segundo mandato.
Para participar das eleições, marcadas para maio de 2010, os partidos devem apresentar com até seis meses de antecedência seus candidatos.
Isto quer dizer que, caso Uribe pretenda mesmo concorrer, é preciso que a emenda constitucional seja sancionada até o fim do ano. (ANSA)