Sérgio Camargo, da Palmares, chama David Miranda de "preto fake"

Ataque foi resposta a crítica do deputado a discurso de Bolsonaro na ONU; “Esse preto fake tenta dar lição de moral ao nosso presidente”, escreveu Camargo, chamando o parlamentar de “fraude racial ambulante”

Sérgio Camargo, da Fundação Palmares, e o deputado David Miranda (Psol-RJ) (Fotos Twitter e Vinícius Loures/Câmara dos Deputados)
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O presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo, chamou ontem o deputado federal David Miranda (Psol-RJ) de “preto fake” em uma publicação no Twitter. O ataque foi uma resposta a uma crítica de Miranda ao discurso do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na Organização das Nações Unidas (ONU).

Miranda havia escrito: “Negou a pandemia e chegamos aos 135 mil mortos, agora nega as queimadas e culpa os indígenas, o que restará do Brasil? Esse canalha precisa ser parado! #ImpeachmentJá #ForaBolsonaro”.

Camargo copiou a imagem do tuíte e escreveu: “Esse preto fake tenta dar lição de moral ao nosso presidente. Não passaria no programa da Magazine Luiza, pois na verdade é branco! Portanto, uma fraude racial ambulante”. E não foi só isso. O presidente da Fundação Palmares foi além: “Mas ameaça o homem mais íntegro que já exerceu a Presidência do Brasil. Tinha que ser do PSOL”.

Ele se referia a Bolsonaro como “homem mais íntegro que já exerceu a Presidência do Brasil”.

Programa inclusivo

O programa da Magazine Luiza que Camargo mencionou é o trainee que, neste ano, a varejista vai reservar apenas para candidatos negros. A iniciativa vem sendo criticada por muitos militantes de direita.

Antes do tuíte criticando Miranda, o presidente da fundação tinha passado a tarde publicando mensagens criticando a iniciativa. Em um dos tuítes, chamava a princesa Isabel, que aboliu a escravatura, de “redentora”, e Luiza Trajano, proprietária da rede de lojas, de “vitimizadora” dos negros.

Camargo é conhecido por negar que haja racismo estrutural no país. Ele é contra qualquer iniciativa que dê cotas preferenciais a negros. Nega que haja uma dívida social que o país tem a pagar com esses cidadãos. Como a maioria dos integrantes do governo Bolsonaro, é defensor da "meritocracia".