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Do Chile, especial para a Fórum
Durante a jornada de greve geral que mobilizou mais de um milhão de pessoas em todo o Chile, na terça (12), grupos de manifestantes invadiram a Escola de Engenheiros Militares de Tejas Verdes, na cidade de San Antonio, no litoral central do país.
Segundo a imprensa, os invasores incendiaram o local e destruíram o edifício principal, além de algumas instalações usadas para treinamento de oficiais.
Não foi um simples ato de vandalismo: Tejas Verdes é conhecido no país por ter sido usado como centro de tortura durante a ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990).
O jornalista chileno Javier Rebolledo, especializado em casos de direitos humanos, é autor do livro “El Despertar de los Cuervos”, no qual relata que Tejas Verdes foi o primeiro centro repressivo da última ditadura chilena, e que já realizava torturas em 1972, antes mesmo do golpe contra Salvador Allende.
No mesmo livro, algumas das testemunhas, sobreviventes das torturas, relatam ter escutado “pessoas falando português e um oficial que usava uma camiseta comemorativa do título brasileiro na Copa de 1970”. Esses mesmos relatos reforçam a tese do autor de que os militares chilenos receberam instruções sobre técnicas de tortura por colegas enviados pelo Exército brasileiro, em uma coordenação realizada a partir da chamada Operação Condor – aliança entre forças militares de países da América Latina para promover ditaduras alinhadas com os Estados Unidos.
Quema de cuartel militar de Tejas Verdes el mayor centro de torturas de Latinoamérica #SanAntonio #ParoNacional12Nov #ChileProtests #ChileViolatesHumanRights ????? pic.twitter.com/9lmarfcSlS
— Elias Gantz (@EGantz17) November 12, 2019